terça-feira, 13 de julho de 2010

EUCARISTIA MISTÉRIO CRISTÃO


EUCARISTIA MISTÉRIO CRISTÃO:

A Eucaristia é mistério da fé para ser celebrado, pois foi deixado pelo Senhor para nós, afim de que pudéssemos ter acesso a Ele - é um acontecimento salvífico que se dá no tempo - sua evolução, desde a origem histórica, recebeu influencia do judaísmo, no entanto não houve mudança na essência, pelo contrário, até hoje continua sendo o Sacrifício de Cristo, mesmo que muitos queiram reduzi-la a uma simples ceia protestante, a qual enfatiza a prosperidade e não a Cruz de Cristo.

Viver a Eucaristia é viver unido no sofrimento de Cristo, aceitando a cruz cotidiana, mas também viver na alegria, por saber que desde já somos salvos, pelo sangue derramado do cordeiro.

NOMES ATRIBUIDOS A ESTE MISTÉRIO:

Podemos chamar este Sacramento de: Sacrifício, Ceia do Senhor, Comunhão. Fração do Pão, Assembléia, Eucaristia e outros, contudo, este é o Sacramento do qual podemos participar intimamente do mistério de Cristo e formar com Ele um só corpo.

ATO RELIGIOSO E COMUNITÁRIO

Para que possamos ter uma melhor compreensão deste Sacramento, devemos mergulhar um pouco mais no costume do povo judeu, o qual tinha o hábito de praticar a ceia, como um ato religioso e comunitário.

Podemos dizer que a prática da nossa celebração Eucarística como “Ceia-Sacrifício”, é herdada dos judeus, mas com uma grande diferença:

• Para os judeus a Páscoa era sinal da memorização da obra libertadora feita por Deus ao seu povo escolhido, libertando-os da escravidão do Egito.
• Para nós cristãos, a Páscoa é também sinal e memorização da nossa libertação do pecado; é a passagem para uma vida nova. É também ocasião de partilha não só do alimento (ato concreto com os irmãos), mas da Palavra de Deus e para nós do corpo de Cristo.

Então, para estarmos em plena união com Cristo, ou seja, estarmos em comunhão com Ele, é necessário que o nosso coração esteja desapegado de todo pecado - esteja em Deus – devemos nos empenhar de todo o coração para fazer somente a vontade D’ele.

CONVERSÃO DO JUDAISMO PARA O CRISTIANISMO
Os judeus que se convertiam ao cristianismo, se reuniam em torno da Eucaristia, para receberem o corpo de Cristo que se dá como alimento, e isto é claro, pois o próprio Cristo instituiu este sacramento dentro do clima de páscoa dos hebreus, isto significa que da mesma forma que é cordeiro, é vitima pascal. Contudo, estas celebrações que se davam não pertenciam a um grupo fechado de pessoas, mas eram muitas pessoas que se reuniam em torno do altar.

Por um período a comunidade de Corinto reduziu a Eucaristia a uma simples refeição, que era celebrada, ou melhor realizada no primeiro dia da semana, DIES DOMINI, o domingo, ao contrário dos hebreus que celebravam a páscoa hebraica no Sábado, não como o dia da ressurreição, mas como o dia do Senhor.

Aos poucos a celebração Eucarística foi ganhando formas e a vida da comunidade cristã passou a ser em torno dela, de modo que a celebração se baseasse e levasse os cristãos à convivência comunitária, a oração e a escuta da palavra de Deus; é por isso que os primeiros cristãos possuíam um fortíssimo espírito missionário que os incentivavam a viverem a vida baseada na morte e ressurreição de Cristo, a comunhão entre os irmãos.

Os discípulos ensinavam a Boa Nova, viviam em comunhão em uma única fé e partilhavam os bens que possuíam, rezavam as orações herdadas dos judeus ( Proseuchai ) e viviam a partilha do pão ( Klassis Tou Ortou ).

A fração do pão apontava para a Eucaristia como uma celebração de um ato festivo, o qual mais tarde seria para os cristãos o encontro com o próprio Cristo. Lucas ( 24,15-35 ), como relata a descoberta que os discípulos de Emaus fizeram ao reconhecerem Jesus na Eucaristia.
 
INSTRUÇÕES DE SÃO PAULO

Já São Paulo no Cap.10 da sua Primeira Carta à comunidade de Corinto, diz que “o pão que partimos” e cálice de benção que abençoamos” é a “comunhão com o corpo e o sangue de Cristo”. Na mesma Carta, numa exortação sobre a celebração da Eucaristia, ele a chama de “Ceia do Senhor”.

“Quando, pois, vos reunis, o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor; cada um se apressa por comer a sua própria ceia; e, enquanto um passa fome, o outro fica embriagado. Não tendes casas para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm?” (1 Cor 11, 20-22a).

Na comunidade de Corinto ao que parece, a Ceia propriamente dita se dava antes, o “ágape”. E no final se celebrava a Eucaristia-Ação de Graças. Na exortação que faz São Paulo, ele quer mostrar o contraste que há entre a Ceia do Senhor, que leva à comunhão fraterna e a ceia daqueles que pensavam somente em si. Os que tinham o que comer, comiam e bebiam sem se importar com os outros. Os pobres que não tinham o que comer, chegavam atrasados. Daí São Paulo dizer que: “quando vos reunirdes para a Ceia, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais para a vossa condenação”. Em São Pulo, a Eucaristia já é algo conhecido que pertence à Tradição. Nele também aparece a estreita relação da Eucaristia com a morte de Cristo na cruz.

A IGREJA TESTEMUNHA CRISTO EUCARÍSTICO
A Eucaristia está unida à cruz de Cristo. Daí deriva a expressão que, a Celebração eucarística ser sacrifical. Porque nela se atualiza aquilo que foi realizado na cruz por Jesus. Se a Eucaristia nos coloca em união com o Mistério de Cristo, a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Essa união e dá também com a Igreja de Cristo. É na Eucaristia que manifesta o Ato pelo qual a Igreja exprime sua identidade e sua missão no mundo, missão de testemunhar o Cristo. E de introduzir os homens no Reino de Deus.

COMUNIDADES CRISTÃS E O MISTÉRIO DA FÉ
Mas, continuando o nosso discurso….., apesar de tudo o que para nós possui um valor sobrenatural e divino, para os judeus as celebrações eucarísticas eram ações praticadas em refeições comuns e familiares chamadas de Ceia, todavia possuíam uma ênfase no sentido espiritual e teológico, relacionada à Páscoa Judaica, referida então como sinal de salvação operada por Deus ao decorrer da história, sendo assim um sinal de memorização do mistério da Libertação. Os judeus convertidos e os primeiros cristãos, assumiram a salvação de Deus na eterna atualização do Gesto de Cristo na Cruz, assim o mistério não mais foi celebrado com uma simples memorização, ou melhor recordação da passagem e libertação do Egito, mas passou a ser a atualização e continuação do mistério Salvífico de Deus, operado por Cristo, o qual foi Imolado pela Salvação, remissão e redenção de toda a humanidade

A comunidade cristã, lembrando-se do mandamento de Jesus dado na ultima ceia “Fazei isto em minha memória”, começou a celebrar a Eucaristia, como um modo de vivenciar o mistério Salvífico operado por Deus através da Paixão, Morte e ressurreição de Jesus.

Nesta óptica vemos a ceia pascal como uma síntese de toda a dinâmica da Salvação designada por Deus no decorrer da história e por isso ela é a chave de interpretação para entendermos a preparação pedagógica da Instituição e do sentido da Eucaristia.

Dentro desta visão, tornou-se claro e marcante os motivos pelos quais as primeiras comunidades primitivas se reuniam para celebrar as refeições em comum e logo em seguida a Ceia do Senhor.

Diante de todo este acontecimento e mistério de amor, cabe a nós primeiramente louvar o Pai por sua infinita misericórdia, dando-lhe, ou melhor, expressando-lhe o nosso agradecimento de louvor celebrando e vivendo a Eucaristia de maneira clara e solene, para que também nós possamos ser com Cristo um sacrifício agradável oferecido ao Pai.

Façamos 5 minutos de silêncio e agradeçamos a Deus, com um grande louvor interior, por nos ter dado a sal presença na Eucaristia.

“Por Intercessão da Bem-Aventurada e Sempre Virgem Maria Rainha da Paz, que viveu em tudo a vontade do Pai, abençoe-vos o Deus Todo-Poderoso e Misericordioso: "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!”

PERMANECEI NA PAZ E CAMINHAI SEMPRE NELA!

Pe. Mateus Maria, FMDJ
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                                                      Panie Jezu Ufam Tobie!

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