FOTO : Santo Padre Pio , rezando diante do crucificado
O
CRUCIFIXO É O LIVRO DE REZAS DO CRISTÃO
«Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz
todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de
perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á. Na
verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se
ou arruinar-se a si próprio?» - (Lc 9, 22-25)
POR SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO
“O crucifixo é o livro de rezas do cristão, é o breviário da fé, o
epítome da ciência divina, o instrumento das bênçãos, o topo de todas as
virtudes e o símbolo das esperanças imortais. Fato admirável! Este símbolo, tão
singelo quão sublime, está ao alcance de todas as idades; fala e compreende
todas as línguas; corresponde a todas as necessidades, todas as condições, a
todas as situações; instrui e consola; sustenta os pequenos e os grandes, os
ricos e os pobres, os fiéis e os pecadores, os sábios e os ignorantes; resume
em si todas as exortações e todas as prédicas; é a figura tangível de todos os
mistérios de nossa redenção. Que humano coração poderá conservar-se indiferente
e frio em face de um benfeitor generoso? Ora, o Crucifixo é imagem daquele que nos
salvou e que livrou do opróbrio a nossa família e da servidão todos os nossos
antepassados. Não é para admirar, pois, que lhe reservemos sempre um lugar de
honra em nossa vida, que o beijemos com amor e que lhe não lancemos senão
olhares cheios de simpatia, respeito e reconhecimento
Estas impressões vivas e fortes, a alma cristã as tem mil vezes
experimentado. E na verdade, para animar o fervor, basta considerar o crucifixo
com uma atenção calma e serena. Não sei que secreta virtude sai dele então que
brandamente nos toca e se insinua na alma, enternecendo-a, dilatando-a e
elevando-a até Deus. Sem dúvida que emoções tais nem sempre se enlaçam num
encadeamento de orações, mas em si contêm luminosas partículas que ao sopro de
Deus se espalham esbraseantes como labaredas de amor. Demais as simples efusões
de um coração comovido têm para Deus um preço infinitamente maior que as
orações mais ricas e eloquentes. Não, não é necessário saber ler para aprender
a rezar: o Crucifixo é o livro dos iletrados, dos analfabetos e das crianças,
mas é também para os sábios uma filosofia e uma teologia
Pois, o que sabem acaso os homens que aprenderam muitas coisas e
que, no meio de todas essas coisas, ignoram a Deus e ignoram o que eles
próprios são? A ciência que não esclarece nem as origens nem os fins últimos do
homem é bem insuficiente e estéril. Por que está ele na terra? De onde vem ?
Para onde vai? Que caminho deve ele seguir? Qual a causa das suas lutas e dos
seus sofrimentos? Qual é a condição do seu triunfo e da sua reabilitação?
Qual é em definitivo o fim da sua vida e da sua morte? A estes
problemas capitais o Crucifixo dá soluções. Faz-nos ele pressentir a nobreza de
nossa origem e a grandeza de nosso destino, resume ao mesmo tempo a doutrina
das lágrimas e a ciência das celestes consolações e tanto ilumina o passado
como as coisas presentes e futuras. Todos os ensinamentos do cristianismo
descem do Crucifixo como do alto de um púlpito sagrado
Meditando-os com fé, nós contemplamos a majestade da Santíssima
Trindade; adoramos o filho de Deus encarnando na natureza humana, o divino
Emanuel, o desejado das nações, a esperança única dos descendentes de Eva;
glorificamos enfim a Vítima que, para nos resgatar, oferece o Seu sangue e
expira na cruz "Transpassaram-lhe os pés e as mãos", dizia o profeta;
lacerou-lhe a fronte uma coroa de espinhos e a ponta de uma lança rasgou-lhe o
coração. O emblema deste augusto sacrifício não nos dá somente a chave da
ciência; inicia-nos também no mistério das virtudes sobrenaturais. A linguagem
do Crucifixo, bem a compreendem os que produzem na sua vida cristã a paciência,
a abnegação, a resignação, a caridade e a divina mansidão de Jesus Cristo
O que é mais capaz de nos inspirar o horror do mal e o amor do
bem, do que esta imagem sagrada?! Que tocante exortação há nela às almas
generosas! É Jesus Cristo quem lhes fala: "Aquele que me quer acompanhar,
renuncie-se a si próprio e siga-me!" O crucifixo estimula a coragem,
dissipa o medo e mostra todo o valor dos sofrimentos; desde então cada dor que
se junte às dores de Jesus Cristo, como a gota da água ao oceano, adquire um
mérito que faz jus a uma recompensa. O divino Salvador quer que participemos do
conteúdo do seu cálice. Ele, sofrendo por nós, não aboliu o sofrimento, nem
morrendo por nós nos isentou da morte; mas por seu sacrifício voluntário
santificou os sofrimentos e deu vida à morte. Grande lição que nos indica tudo
o que devemos fazer e tudo o que devemos esperar. O crucifixo nos mostra a
razão por que sofremos, o modo como é preciso sofrer e quais são os frutos dos
sofrimentos
Dá-nos, além disso, o exemplo da obediência cristã. Em Jesus
Cristo não se veem os murmúrios nem revoltas nem represálias; ele se submete
sem resistência a todas as provas e a todos os ultrajes. Que mansidão e que
magnanimidade! Que bondade imensa e que inesgotável misericórdia! O Crucifixo
fala aos olhos e ao coração, excita os bons desejos, nutre a piedade e abre a
fonte das lágrimas. Ele gera os heróis e gera os mártires. Ainda mesmo que a
alma infiel se ache inteiramente em trevas, a cruz dardeja um rutilante raio
que acorda a consciência, apazigua o desespero e enxota os terrores
A cruz é como uma ponte misteriosa lançada sobre o abismo; é um
caminho por onde se vai à pátria; é a alavanca que nos ergue acima de nós
mesmos e que nos transporta para os braços de nosso Pai. O Salvador crucificado
pagou o resgate do pecador e advoga a nossa causa. Ele é hoje o que era ontem e
o que será nos séculos dos séculos; cura os enfermos e dá vista aos cegos,
ouvido aos surdos, palavra aos mudos e vida aos mortos. Habituemo-nos a
conversar com o nosso Crucifixo; estudemos este luminoso símbolo
Ah!
Desgraçadamente muitos cristãos o não compreendem! Amemo-lo como se ama um
amigo fiel e um supremo consolador; veneremo-lo como se venera a
venerabilíssima imagem de um Salvador. Ele é o estandarte da nossa religião;
cerquemo-lo de ferventes homenagens e ergamo-lo bem alto nos combates da fé. É
o escudo da nossa esperança oponhamo-lo com firmeza às seduções do mundo. É o
para-raios que protege os lares; reunamo-nos em torno dele no dia das
tempestades e dos perigos. E quando soar a nossa última hora tomemo-lo às mãos
e apertemo-lo ao seio, que ele suavizará a nossa agonia, dissipará as trevas
que nos rodearem e nos abrirá as portas do céu”
“Adora aquele que foi crucificado por tua causa.
Preso à tua Cruz, aprende a tirar proveito até da tua própria iniquidade.
Adquire a tua salvação com a Sua morte, entra com Jesus no Paraíso, e
saberás que bens perdeste com a tua queda. Se és José de
Arimatéia, pede o corpo a quem o mandou crucificar; e assim será tua
a vítima que expiou o pecado do mundo. Se és Nicodemos,
aquele adorador noturno de Deus, unge-o com perfumes para a Sua sepultura.
Se és Maria, ou a outra Maria, ou Salomé, ou
Joana, derrama tuas lágrimas por ele. Levanta-te de manhã cedo, procura ser o
primeiro a ver a pedra do túmulo afastada, e a encontrar talvez os anjos,
ou melhor ainda, o próprio Jesus” – (São
Gregório de Nazianzo)
"Se alguém quiser
seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me." (Mt 16,24) : Parece dura e pesada a ordem do
Senhor: quem quiser segui-Lo, tem que renunciar a si mesmo. Mas não é duro nem
pesado quem ordena, pois Ele próprio nos ajuda a cumprir o Seu preceito. Assim como é verdade o que Lhe dizem no salmo: Seguindo
as palavras dos vossos lábios, percorri duros caminhos (Sl 16,4), também é verdade o que Ele nos
disse: O meu jugo é suave e meu fardo é leve (Mt 11,30). A caridade torna leve tudo
quanto é duro no preceito
Que significa: "Tome a sua cruz"? Quer dizer: suportar tudo o que custa, e então
segui-Lo. Na verdade, quem começar a seguir os Seus exemplos e
preceitos, encontrará muitos que o critiquem, que o impeçam, que tentem
dissuadi-lo, mesmo entre os que parecem discípulos de Cristo. Andavam com
Cristo os que proibiam os cegos de clamar por Ele. Tu, portanto, no meio
das ameaças, de carinhos ou proibições, sejam quais forem, se quiseres seguir a
Cristo, transforma tudo em cruz: suporta, carrega e não desistas!
Esta palavra não deve ser ouvida como dirigida apenas às
virgens e não às esposas; nem só para as viúvas e não para as casadas; nem só
para os monges e não para os maridos; nem só para os clérigos e não para os
leigos. Pois toda a Igreja, todo o corpo, todos os seus membros,
diferentes e distribuídos segundo suas próprias tarefas, devem seguir
Cristo. Siga-O toda a Igreja que é uma
só, siga-O a pomba, siga-O a esposa,
redimida e dotada pelo sangue do Esposo. Nela encontra lugar tanto a
integridade das virgens como a castidade das viúvas e o pudor dos casais
Estes membros, que nela encontram o seu lugar, sigam
Cristo, cada um segundo a sua vocação, posição ou medida. Renunciem a si mesmos, isto é, não se vangloriem; tomem a sua cruz, quer dizer, suportem no
mundo, por amor de Cristo, tudo o que lançarem contra eles. Amem o único que não ilude, o único que não é enganado
nem engana; amem-nO, porque é verdade aquilo que promete. Como as Suas
promessas tardam, a fé vacila. Mas sê
constante, perseverante, suporta a demora e terás tomado a tua cruz (Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo (século V)
LITURGIA
DO DIA 20 DE JUNHO DE 2014
PRIMEIRA LEITURA (2RS 11,1-4.9-18.20)
Leitura do
Segundo Livro dos Reis - Naqueles dias, 1quando Atália, mãe de
Ocozias, soube que o filho estava morto, pôs-se a exterminar toda a família
real. 2Mas Josaba, filha do rei Jorão e irmã de Ocozias, raptou o filho
dele, Joás, do meio dos filhos do rei, que iriam ser massacrados, e colocou-o,
com sua ama, no quarto de dormir. Assim, escondeu-o de Atália e ele não foi
morto. 3E ele ficou seis anos com ela, escondido no templo do Senhor,
enquanto Atália reinava no país. 4No sétimo ano, Joiada mandou chamar os
centuriões dos quereteus e da escolta, e introduziu-os consigo no templo do
Senhor. Fez com eles um contrato, mandou que prestassem juramento no templo do
Senhor e mostrou-lhes o filho do rei. 9Os centuriões fizeram tudo o que
o sacerdote Joiada lhes tinha ordenado. Cada um reuniu seus homens, tanto os
que entravam de serviço no sábado, como os que saíam. Vieram para junto do
sacerdote Joiada, 10e este entregou aos centuriões as lanças e os
escudos de Davi, que estavam no templo do Senhor. 11Em seguida, os
homens da escolta, de armas na mão, tomaram posição a partir do lado direito do
templo até o esquerdo, entre o altar e o templo, em torno do rei. 12Então
Joiada apresentou o filho do rei, cingiu-o com o diadema e entregou-lhe o
documento da Aliança. E proclamaram-no rei, deram-lhe a unção e, batendo
palmas, aclamaram: “Viva o rei!” 13Ouvindo os gritos do povo, Atália
veio em direção da multidão no templo do Senhor. 14Quando viu o rei de
pé sobre o estrado, segundo o costume, os chefes e os trombeteiros do rei junto
dele, e todo o povo do país exultando de alegria e tocando as trombetas, Atália
rasgou suas vestes e bradou: “Traição! Traição!” 15Então o sacerdote
Joiada ordenou aos centuriões que comandavam a tropa: “Levai-a para fora do
recinto do templo e, se alguém a seguir, seja morto à espada”. Pois o sacerdote
havia dito: “Não seja morta dentro do templo do Senhor”. 16Agarraram-na
e levaram-na aos empurrões pelo caminho da porta dos Cavalos até o palácio, e
ali foi morta. 17Em seguida, Joiada fez uma aliança entre o Senhor, o
rei e o povo, pela qual este se comprometia a ser o povo do Senhor. Fez também
uma aliança entre o rei e o povo. 18Todo o povo do país dirigiu-se
depois ao Templo de Baal e demoliu-o. Destruíram totalmente os altares e as
imagens e mataram Matã, sacerdote de Baal, diante dos altares. E o sacerdote
Joiada pôs guardas na casa do Senhor. 20Todo o povo do país o festejou e
a cidade manteve-se calma - Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL (Sl 131)
O
Senhor preferiu Jerusalém por sua morada
— O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais
renegará: “Um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu
lugar!
— Se teus filhos conservarem minha Aliança e os preceitos que lhes
dei a conhecer, os filhos deles igualmente hão de sentar-se eternamente sobre o
trono que te dei!”
— Pois o Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse
sua morada: “Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o
lugar que preferi!”
— “De Davi farei brotar um forte Herdeiro, acenderei ao meu Ungido
uma lâmpada. Cobrirei de confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha
coroa!”
EVANGELHO (MT
6,19-23)
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Mateus - Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 19“Não junteis
tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões
assaltam e roubam. 20Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde
nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. 21Porque,
onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.22O olho é a
lâmpada do corpo. Se o teu olho é sadio, todo o teu corpo ficará iluminado. 23Se
o teu olho está doente, todo o corpo ficará na escuridão. Ora, se a luz que
existe em ti é escuridão, como será grande a escuridão - Palavra da Salvação
MENSAGEM DE NOSSA
SENHORA EM MEDJUGORJE – “Hoje Eu os convido a viverem na humildade todas as Mensagens que
estou dando a vocês. Queridos filhos, não se ensoberbeçam pelo fato de viverem
as Mensagens. Não andem por aí dizendo: 'Nós as vivemos!'. Se vocês levarem em
seus corações as Mensagens e as viverem, todos o perceberão e não haverá
necessidade de palavras, as quais servem somente para aqueles que não escutam
(as Mensagens). Para vocês, não são necessárias palavras. Vocês, queridos
fiIhos, devem apenas viver e, com a vida, testemunhar!” – MENSAGEM
DO DIA 20.09.85
A IGREJA
CELEBRA HOJE , BEM-AVENTURADAS TERESA,
MAFALDA E SANCHA, MULHERES DE ORAÇÃO - Teresa, Mafalda e Sancha, filhas de
Dom Sancho I e da Rainha Dulce, eram portuguesas. Teresa, a primogênita,
nasceu em 1177. Desde de cedo, muito bem educada, sentiu o chamado à vida
religiosa, mas conforme o costume do tempo, acabou sendo dada em casamento com
o Rei Afonso e tornou-se Rainha de Lion. Por diversos motivos o casamento foi
nulo. Ela voltou pra casa e entrou para a vida religiosa. Afonso não gostou e
armou uma guerra contra o pai de Teresa e contra Portugal. Ela, já no convento,
consumiu-se na intercessão. Um exemplo a seguir de despojamento e de busca da
vontade de Deus. Mafalda teve momentos parecidos com o de Teresa. Casou
com Henrique I, mas este faleceu e ela retornou para casa, despojando-se de
seus bens e entrando para a vida religiosa. Viveu a total dependência de Deus. Sancha:
uma jovem que não se casou como acontecera com suas irmãs. Fundou um convento
da Ordem Cisterciense em Coimbra, onde viveu as regras com fidelidade até sua
morte. No ano de 1705, as três irmãs portuguesas foram beatificadas. Que
sigamos o exemplo dessas mulheres de oração, que buscaram a vontade de Deus. Bem-aventuradas Teresa, Mafalda e Sancha,
rogai por nós!
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