Queridos
irmãos, queridas irmãs, a paz! Em março de 2008, o Padre Livio Fanzaga entrevistou
o sacerdote italiano, Pe. Francesco Rizzi, autor do livro “Medjugorje. O novo
mundo de paz”. Pe. Francesco atuou em Medjugorje na recepção de peregrinos de
língua italiana. Nas palavras de padre Lívio, “com seu livro Pe. Francesco pretende
mostrar como as mensagens da Rainha da Paz estão em perfeita sintonia com a
imagem de Nossa Senhora que a Igreja e a liturgia nos oferecem. É, portanto, um trabalho
teológico-pastoral que visa demonstrar que o rosto da Rainha da Paz é exatamente
o rosto de Maria que nós conhecemos pela fé”.
Padre Livio – Quantos anos o
senhor tem?
Padre Francesco – O senhor diz que eu sou jovem, mas não
muito! Tenho 42 anos de idade.
Padre Livio – Onde o senhor
nasceu?
Padre Francesco - Eu nasci em
Roma e sempre vivi em Roma. Tive meu
primeiro encontro com Medjugorje há cerca de vinte anos atrás. Naquela época, eu era um jovem em
busca, e agora digo brincando que aqueles três dias foram fatais para mim, porque
foi ali que recebi a minha vocação franciscana. A primeira vez que fui a Medjugorje foi
em julho de 1988.
Padre Livio - Vejo que você é formado em economia e
comércio. Estes estudos já estavam
concluídos ou o senhor os terminou depois?
Padre Francesco - Eu ainda precisava completá-los. Sabe, quando voltei para casa depois
da experiência de Medjugorje, fiquei muito entusiasmado e me acontecia pensar: “Bem,
talvez o Senhor não queira que eu continue meus estudos universitários”. Em vez disso, conheci um bom frei que
me disse: “Não, não o deixo entrar na ordem se primeiro você não terminar
regularmente seus estudos”. Então,
eu terminei a faculdade e entrei na Ordem Franciscana em 1991.
Padre Livio - O que o impressionou na primeira vez que
você esteve em Medjugorje?
Padre Francesco - A primeira vez que fui a Medjugorje,
fiquei impressionado com a grande paz que se respirava neste lugar, as pessoas
que se encontravam, os peregrinos que rezavam, mas me impressionaram muito também
os franciscanos: naquela época estava lá o Padre Slavko, que dirigia a oração e
a adoração eucarística. Bem,
talvez o que mais me impressionou de tudo tenha sido a adoração eucarística, eu
me apaixonei imediatamente por ela.
Padre Livio - Como você chegou a sentir o desejo de ir a
Medjugorje?
Padre Francesco - Eu tinha ouvido alguns amigos meus
falarem sobre Medjugorje. A
partir desse momento surgiu em mim um forte desejo de ir a Medjugorje. Eu disse: “Por que não fazer essa
experiência?”. Então, fui lá de
carro: pensar que a primeira vez que fui lá estava sozinho e não conhecia
absolutamente o caminho! Na
verdade, levei quase dois dias fazendo toda a volta pelo litoral. Naquela época não era possível
telefonar com tanta facilidade como se pode fazer hoje, e em casa pensaram que
eu tivesse me perdido. Naquela época
ainda havia o comunismo e me disseram que até mesmo levar um rosário no
bolso era perigoso e ele poderia ser confiscado. Quando cheguei na casa paroquial,
encontrei o Padre Slavko, a quem perguntei onde poderia ir para dormir. Indicou-me um hotel, onde fiquei por
dois ou três dias. Quando voltei
para a Itália, pensei que se tratara de momento passageiro, mas quando, no ano
seguinte, decidi retornar a Medjugorje, tomei consciência da minha vocação.
Padre Livio - Então, a sua vocação franciscana nasceu em
Medjugorje?
Padre Francesco - Sim. Por
algum tempo, pensei que poderia fazer uma outra escolha, como, por exemplo, a
consagração. Depois, eu percebi
que a minha verdadeira vocação era de natureza franciscana. Continuei meus estudos em Roma e, em
seguida, entrei na ordem dos Frades Menores.
Padre Livio - O que o senhor pensa do fato de ter
recebido a vocação em Medjugorje e agora ter sido convidado a servir na paróquia
de Medjugorje?
Padre Francesco – Nunca tinha pensado em semelhante
coisa. Foi por meio da decisão de meu Padre Provincial, Padre Aldo La Neve, que
eu pedi para fazer uma experiência missionária fora do serviço na paróquia. E aconteceu justamente em Medjugorje. No meu primeiro ano, trabalhei no
orfanato da Ir. Josipa, mantendo-me também no serviço da paróquia. Esta experiência está-se prolongando
até hoje, e agora eu já estou aqui há quatro anos e meio.
Padre Livio - O que o senhor pode dizer sobre estes seus
quatro anos e meio de sacerdócio num lugar particularmente desafiador?
Padre Francesco - Como sacerdote, posso dizer-lhe que Nossa
Senhora nos ajuda a entender melhor o Evangelho. Parece estranho, mas eu entendi o Evangelho
graças às mensagens da Rainha da Paz, graças à oração, graças aos lugares e
também graças aos peregrinos. Quando
os peregrinos chegam, você vê que eles têm uma grande fome e sede de Deus. Na
Itália, as pessoas, quando ouvem um sacerdote pregando, ficam sempre olhando o
relógio; mas aqui é diferente, porque todos ficam muito mais atentos, todos
escutam de bom grado a Catequese, participam da adoração eucarística, e ninguém
deixa Medjugorje sem antes ter se confessado. Estamos
sempre nos confessionários e vemos como todos os dias vêm pessoas que nos dizem
que talvez há vinte, trinta, ou até mesmo 40 anos não se confessam. Isso acontece todos os dias, e para
nós é normal. Especialmente
quando começam as peregrinações de meados de março até novembro, quando ocorre
a Solenidade da Imaculada Conceição, o Festival da Juventude, o evento para os
sacerdotes... Os acontecimentos em Medjugorje são muitos e uma coisa que
impressiona é o número crescente de peregrinos que chegam: no ano passado,
segundo mostram os dados oficiais, tivemos mais de 2 milhões de visitantes e quase
um terço deles era de italianos.
Padre Livio - No ano anterior, no entanto, o número de
peregrinos foi de um milhão e meio.
Padre Francesco - Sim, de fato tem havido um aumento
considerável e quem sabe quantos mais virão ainda este ano.
(a ser
continuado)
Traduzido do italiano para o português por Tania
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