SACERDOTE: “DEPOIS DE SER ESTUPRADA, MINHA MÃE NÃO ABORTOU,
PERDOEI E CONFESSEI O MEU PAI”
REDAÇÃO
CENTRAL, 18 Fev. 13 / 01:43 pm (ACI/EWTN Noticias).-
"Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram a vida", afirma o
sacerdote Luis Alfredo León Armijos, de Loja (Equador) quem aos seus 41 anos
compartilha sua história. O seu nascimento foi fruto de um estupro quando sua
mãe tinha apenas 13 anos. O presbítero também conta como conheceu e perdoou o
seu pai a quem confessou e que agora leva uma vida de fé. Em diálogo telefônico
com o grupo ACI em 6 de fevereiro, o sacerdote diocesano e pároco da Paróquia
São José em Loja, relatou que sua mãe, María Eugenia Armijos Romero, quando
ainda era menor, cuidava e limpava uma casa em Loja para ajudar os seus pais e
seus sete irmãos: "o dono da casa aproveitando que estava sozinho, abusou
dela deixando-a grávida". Apesar do rechaço de sua família que "não
queria que o bebê nascesse e por isso batiam na sua barriga e davam-lhe algumas
bebidas para que abortasse", María sempre defendeu a vida de seu filho e
ao ver-se sozinha e sem apoio "orou e sentiu em seu coração que o Senhor
lhe dizia: defende essa criança que está em ti", contou o Pe. León. María
fugiu de Loja para a cidade de Cuenca onde sobreviveu por seus próprios meios.
No domingo 10 de outubro de 1961 às 10:00 a.m., em um parto cheio de complicações
por sua pequena idade e fraca contextura, nasceu Luis Alfredo com alguns
problemas respiratórios que o amor de mãe também ajudou a sanar. Depois de um
tempo e com a ajuda paterna, María voltou para Loja para começar "uma vida
como mãe solteira. Meu pai aceitou reconhecer-me e encarregar-se de mim, mas
isso não quer dizer que as coisas estavam bem entre eles", relatou o Pe.
León. O presbítero recorda que seu "pai visitava sempre a casa e cumpria
suas obrigações para conosco. Eles (seus pais) tiveram mais 3 filhos, e minha
relação com ele era distante, mas boa. Eu tinha muito respeito por ele,
infundia autoridade, foi muito forte comigo, me levava para trabalhar".
Quando o Pe. León tinha 16 anos o convidaram à Renovação Carismática onde
"tive meu primeiro encontro com Cristo, aprendi de seu amor
maravilhoso", e começou a pregar e dar catequese "em todo lugar que
Deus me colocava" como nos ônibus e nas casas de recuperação de menores.
Aos 18 anos sentiu o chamado à vocação sacerdotal e ingressou no Seminário de Loja
sobrepondo-se à oposição do seu pai. "Ele me dizia: você não pode ser
sacerdote porque você deve saber bem quem você é". Com uma permissão
especial do Bispo por sua pouca idade, foi ordenado aos 23 anos: "foi toda
uma bênção para minha vida", recorda. Dois anos depois ingressou no
Caminho Neocatecumenal e sua mãe lhe contou, depois de terminar a relação com
seu pai, como foi que veio ao mundo. Isso marcou o ponto de início para um
caminho de reconciliação de ambos. O sacerdote ajudou a sua mãe a entender que
não podia odiar o seu pai e que Deus a convidava a amar sua própria história. O
sacerdote relatou ao grupo ACI que com esta experiência ele compreendeu que
sempre tinha pregado aos outros sobre o amor de Cristo em suas vidas e agora
entendia que "Deus me permitia ser sacerdote não para julgar, mas para
perdoar, para ser instrumento de sua misericórdia, e eu tinha julgado muito o
meu pai por tudo". Anos mais tarde recebeu uma ligação do seu pai "ia
fazer uma operação e estava com medo, e me disse: quero que me confesse".
Depois de 30 anos sem comungar, "meu pai retornou à comunhão, à
Eucaristia". "Eu lhe dizia: pai, você merece o céu, uma vida eterna,
assim como a Igreja também está me fazendo ver o céu, e nesse momento os olhos
do meu pai se encheram de lágrimas". Quando o Pe. León prega para mães
gestantes que passam por dificuldades lhes recorda que assim como Jeremias,
Deus forma no ventre a vida de um filho, e que não o vejam como "um filho
que traz sofrimento, que traz dor, eu lhes digo que um filho traz a salvação,
traz bênçãos". "Como Jesus Cristo que foi insultado, açoitado, já
desde menino foi causa de cruz e de dor, em seus filhos recebam a bênção de
Jesus" adicionou. O presbítero aconselha aos filhos que conheçam bem
"a própria história. Aprendam a ver as coisas desde o amor de Deus.
Podemos inteirar-nos de nossa história e odiar a própria vida, julgar a Deus
como aconteceu comigo, mas descobri que o amor de Deus tinha estado aí me
cuidando em toda a vida". "Jovem, se o pai da terra errou e te
falhou, Deus Pai nunca nos falhou. Se for filho e mãe solteira deve ver em sua
vida como Deus Pai te cuidou", exorta. "Eu poderia estar em uma lata
de lixo, mas me deram à vida, eu digo é uma gratuidade, tudo o que tenho, a
vida em si mesmo é um dom delicioso que Deus dá", concluiu
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