O VERDADEIRO PASTOR OU O AMOR PRÓPRIO
TEXTO DE São Gregório Magno - Regula Pastoralis XIX , Papa e Doutor da Igreja
Que o pastor não proponha a
agradar aos homens com seu zelo, mas empenhe naquilo que a eles pode agradar.
Em tudo isso, faz necessário ser possuído pelo enorme desejo de agradar aos
homens: quando se dedica em aprofundar as realidades interiores, quando provê
com sabedoria às necessidades exteriores, ele não buscará mais o amor dos fiéis
do que a verdade; quando ele aparece estranho ao mundo, sustentado por suas
boas obras, que o amor próprio não o torne estranho ao seu Criador. É inimigo
do Salvador aquele que, por causa de suas boas obras, busca ser amado pela
Igreja no Seu lugar. Ele é culpado de adultério, como aquele servo que, a mando
ir pelo esposo a esposa para levar-lhe
presente, arde de paixão ao tê-la com ela. Quando esse amor próprio
apodera da alma do pastor, ele o arrasta ora a uma branda desorientada, ora a
um rigor áspero. É por amor-próprio que
aquele que deveria cuidar dos fiéis ao vê-los fazendo o mal, permite a não
reprimi-los, com sua brandura desorientada, para evitar que a sua simpatia
diminua junto a eles; chegando a algum momento a afagar com adulações culpas
que deveria repreender. A esse sujeito é dito, com razão, pelo profeta
Ezequiel: Ai daquelas que cosem almofadinhas para todos os cotovelos, e que
fazem travesseiros para as cabeças de pessoas de toda a idade, a fim de lhes
apanharem as almas! (Ez 13,18). Coser almofadinhas para todos os cotovelos é
acariciar com adulações as almas que abandonam a retidão da vida entregando-se
aos prazeres mundanos
De fato, como acolher sobre uma
almofada o cotovelo ou sobre o travesseiro a cabeça de quem se poupa a
repreensão e o ensinamento quando este se volta ao erro, oferecendo a ele
atenções e favores, poupando a aquele que peca da severidade da repreensão, permanecem tranquilamente a prosseguir no
erro. Os pastores, que amam apenas a si próprios, demonstram essas
complacências, é claro, a aqueles que podem lhes ofuscar a busca de glória
terrena. Aplicam, ao contrário, com severa violência, aqueles que não dispõem
de nada que possuam ofuscar ou abrilhantar a busca da glória terrena, não
fazendo nenhuma admoestação benévola, mas aplicam o terror com a força que
possuem, se esquecendo da mansidão que um pastor deve ter. Pelo profeta
Ezequiel a voz divina os repreendem com razão: Não fortalecestes as ovelhas
débeis, e não curastes as enfermas, não ligastes os membros ás que tinham algum
quebrado, e não fizestes voltar as desgarradas, nem buscastes as que tinham
perdido; mas domináveis sobre elas com aspereza e prepotência (Ez 34,4). Amando
mais a si que ao seu Criador, eles levantam com arrogância contra os fiéis e
consideram não o que devem fazer, e sim o poder do qual dispõem; sem temer os
julgamentos que há por vir, glorificam de seu poder temporal insolentemente;
são prazerosos por se permitirem o pecado, sem que nenhum fiel os contradiga.
Mas aquele que busca fazer o mal e quer que todos se calem, são testemunhas
contra si mesmo que deseja ser amado mais que a verdade, ao não querer que seja
defendida contra ele
Não há ninguém que viva sem que
caia em alguma culpa. Deseja, sim, ser mais amado que a verdade aquele que
pretende que ninguém perdoe algo. Por isso, São Pedro acolheu de boa vontade a
reprimenda de São Paulo (Cf. Gl 2, 11ss), e Davi acolheu com humildade a
correção de um súdito (Cf. 2Sm 11, 7ss). Assim, os verdadeiros pastores não
cultivam sentimentos de amor próprio e consideram de bom grado, com humildade e
gentileza uma palavra livre e clara dos fiéis. Portanto é indispensável que o
poder seja exercido com moderação de tal modo que sábia que, quando os fiéis
tem opiniões justas, possam livremente expressá-las sem degenerar arrogância;
por outro lado, a liberdade de expressão concedida não devem ser sem limites,
com o perigo de fazer desvanecer o reto comportamento. É primordial também,
saber que bons pastores devem buscar serem agradáveis para atrair, com
amabilidade da estima de que gozam, ao amor da verdade, e não pelo prazer de
ser amados, mas para tornar a sua amabilidade uma estrada pela qual conduzam os
corações dos fiéis ao amor de seu Criador
É difícil que um pastor não
amado seja ouvido de boa vontade, mesmo que diga verdades sacrossantas. O
pastor deve procurar que os fiéis o amem para conseguir que o escutem, mas não
deve procurar um afeto direcionado a si mesmo, para não descobrir em luta, na
sua cobiça interior do poder de seu pensamento, contra aquele que, pela dever
assumido, parece servir. São Paulo faz compreender bem tudo isso quando revela
a sua secreta preocupação: Como também eu em tudo procuro agradara todos (1Cor
10,33), acrescentando na carta aos Gálatas: Se agradasse ainda aos homens, não
seria servo de Cristo (Gl 1,10). São
Paulo, portanto, quer agradar e não o quer; no desejo de ser aceito, não mira a
si mesmo, mas somente, através dele, tornar a verdade agradável aos homens
NOSSA
SENHORA EM SALETTE : “Os
sacerdotes, ministros de meu Filho, pela vida ruim que levam, pelas suas
irreverências e falta de piedade ao celebrarem os santos mistérios, pelo amor
ao dinheiro, às honrarias e prazeres, transformaram-se em cloacas de impureza.
Muitos abandonaram a fé, e grande será o número de padres e religiosos que
apostatarão da religião verdadeira: entre eles haverá até bispos. Será o tempo
das trevas. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus que, pelas suas
infidelidades e má vida estão crucificando novamente ao meu Filho! Os pecados
das pessoas consagradas clamam ao céu, pedindo vingança, e a vingança agora
está às portas, porque não se encontra mais ninguém para implorar misericórdia
e perdão pelo povo; não há mais almas generosas; não há mais ninguém digno de
oferecer um sacrifício sem mancha ao Deus Eterno em favor do mundo. (Por isso)
Deus vai castigar de maneira sem precedentes. Ai dos habitantes da terra! Deus
vai esgotar sobre eles sua cólera e ninguém conseguirá escapar de tantos males
juntos. Os chefes, os guias do povo de Deus, negligenciaram a oração e a
penitência, e o demônio obscureceu suas inteligências; tornaram-se assim
aquelas estrelas errantes, que a velha serpente arrastará com sua cauda para
fazê-los perecer. Deus permitirá que a antiga serpente ponha divisões entre os
que regem as sociedades e as famílias. Sofrer-se-ão angústias físicas e morais.
Deus abandonará a humanidade a si própria e enviará um castigo após outro. A sociedade
está às vésperas das mais terríveis calamidades e dos maiores acontecimentos.
Que se prepare para ser governada com vara de ferro e beber o cálice da ira de
Deus”
LITURGIA DO DIA 17 DE JANEIRO DE 2014
PRIMEIRA LEITURA (1SM 8,4-7.10-22A)
LEITURA DO
PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL - Naqueles dias, 4todos os anciãos de Israel se
reuniram, foram procurar Samuel em Ramá, 5e disseram-lhe: “Olha, tu estás
velho, e teus filhos não seguem os teus caminhos. Por isso, estabelece sobre
nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os
povos”. 6Samuel não gostou, quando lhe disseram: “Dá-nos um rei, para que nos
julgue”. E invocou o Senhor. 7O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o
povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não
reine mais sobre eles”. 10Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao
povo, que lhe pedira um rei 11e disse: “Estes serão os direitos do rei que
reinará sobre vós: Tomará vossos filhos e os encarregará dos seus carros de
guerra e dos seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro. 12Fará deles
chefes de mil, e de cinquenta homens, e os empregará em suas lavouras e em suas
colheitas, na fabricação de suas armas e de seus carros. 13Fará de vossas
filhas suas perfumistas, cozinheiras e padeiras. 14Tirará os vossos melhores
campos, vinhas e olivais e os dará aos seus funcionários. 15Das vossas
colheitas e das vossas vinhas ele cobrará o dízimo, e o destinará aos seus
eunucos e aos seus criados. 16Tomará também vossos servos e servas, vossos
melhores bois e jumentos, e os fará trabalhar para ele. 17Exigirá o dízimo de
vossos rebanhos, e vós sereis seus escravos. 18Naquele dia, clamareis ao Senhor
por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o Senhor não vos ouvirá”.
19Porém, o povo não quis dar ouvidos às razões de Samuel, e disse: “Não
importa! Queremos um rei, 20pois queremos ser como todas as outras nações. O
nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós
em todas as guerras”. 21Samuel ouviu todas as palavras do povo e repetiu-as aos
ouvidos do Senhor. 22aMas o Senhor disse-lhe: “Faze-lhes a vontade, e dá-lhes
um rei” - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SL 88)
Ó SENHOR, EU
CANTAREI ETERNAMENTE O VOSSO AMOR
— Quão feliz é aquele povo que
conhece a alegria; seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! Exultará
de alegria em vosso nome, dia a dia, e com grande entusiasmo exaltará vossa
justiça
— Pois sois vós, ó Senhor Deus,
a sua força e sua glória, é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. Do
Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, ele reina sobre nós, é o Santo
de Israel!
EVANGELHO (MC 2,1-12)
PROCLAMAÇÃO DO
EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - 1Alguns dias depois, Jesus
entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em
casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo
diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um
paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus,
por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se
encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava
deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho,
os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali
sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele
está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”. 8Jesus
percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que
pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os
teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’? 10Pois
bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar
pecados, — disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama,
e vai para tua casa!” 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua
cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus,
dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim” - Palavra
da Salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM
MEDJUGORJE – “Hoje
os convido e ser ativos na oração. Vocês desejam seguir as minhas orientações,
mas não o conseguem porque não rezam. Queridos filhos, peço·Ihes: abram-se e
comecem a rezar. A oração será alegria para vocês; se começarem, não sentirão
tédio, porque vocês rezarão com alegria”
– MENSAGEM DO DIA 20.03.86
A
IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO ANTÃO - Pai do monaquismo cristão,
Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos,
mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu
com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20
anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais,
mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar
numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele
jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade.
Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou
para uma vida religiosa. Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a
vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não
vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas
preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito
Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita.
Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração,
ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim,
foi crescendo na santidade e na fama também. Sentiu-se chamado a viver num
local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam
por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo
viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por
lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não
há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência
e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam
comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta
gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele
foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus
passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o
interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar
vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por
aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é
Antão”. Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as
situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo
Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os
monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão
também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na
misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida
religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza - Santo Antão, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário