EM MARIA , O MAIS DOCE DOS ABANDONOS
A primeira e indispensável
condição para que confiantemente nos possamos abandonar a um coração, é que
este nos conheça e que compreenda as nossas dores. Se para ele fôssemos
estranhos, se devêssemos sofrer ignorados e ocultos e nunca chegassem junto dele
nossas angústias secretas, nossas inquietações e nossas lágrimas, como
poderíamos eficazmente esperar consolo e alívio?
Ora, em Maria encontramos
perfeitamente realizada esta condição indispensável. Pertencente por natureza
aos degredados filhos de Eva, Ela conhece o pranto e a dor em todas as suas
múltiplas variedades. O sofrimento foi-lhe sempre companheiro da vida; a
pobreza, o abandono, o exílio, a viuvez, a dor suprema para um coração de mãe,
isto é, a de ver assassinar cruelmente um filho amantíssimo, arrancaram-lhe do
Coração profundos suspiros e dos olhos lhe fizeram correr lágrimas ardentes
A Ela podemos, portanto,
recorrer com fé, pois não está acima nem longe de nós a ponto de não
compreender as angústias que em certos momentos nos enchem o coração, esmagado
sob o peso da tristeza e das desgraças. Pelo contrário, essas angústias, todas
as nossas necessidades, Ela as conhece intimamente. O mesmo Deus que as
manifesta a nosso Anjo da Guarda e talvez a nossos santos padroeiros, a fim de
nos poderem guardar e defender, acaso os há de ocultar a Maria a cujos amorosos
cuidados maternos tão solenemente nos confiou? Não, não é possível. Ela fixa o
olhar na luz indefectível de Deus e, iluminada por essa luz, penetra em nossos
corações, conta as nossas dores, vê as nossas necessidades, cura nossas
amarguras e nossas chagas; toda a nossa alma, toda a nossa vida é um livro
aberto a seus olhos
Ó coração, que gemes sob o peso
da cruz, recobra o ânimo e espera: Maria tudo vê e tudo conhece. Ó pobre alma envolta
nas trevas da dúvida e da aridez; ó tu, que continuamente sentes erguer-se
contra ti o vendaval das paixões e os assaltos do inimigo infernal; ó pobre
coração que sofres porque te vês frequentemente olvidado e não te vem alegrar
aquela afeição de que tanto carecerias; ó pobre enfermo, torturado por
indizíveis sofrimentos de que a ciência não sabe achar o remédio: reanima-te e
espera. Maria tudo vê e tudo conhece: recorre a Ela, invoca-A com fé; Ela será
tua esperança e teu amparo. Mater sanctae spei, ora pro nobis
Coração
que se comove e que pode
Não basta, porém, à nossa fé
que um coração bem formado conheça os nossos males e deles intimamente sinta
compaixão. Quantas vezes acontece que, por motivos inelutáveis, essa delicada
compaixão tenha de ficar inútil e vã! Quantas lágrimas e quantas dores no mundo
permanecem inconsoladas porque defrontam com verdadeira impotência e invencível
incapacidade! Quantas mães teriam socorrido e salvo os filhos até à custa de
sacrifícios e de heroísmo inauditos se lhes tivesse sido possível. Mas nunca
haverá impotência que limite ou detenha o impulso de compaixão que Maria sente
pelas nossas aflições e pelas nossas dores. Ela é onipotência suplicante: não
se aproxima do trono de Deus para pedir, qual pobre serva, e sim imperando como
gloriosa rainha: Non ancilla sed domina, non rogans sed imperans – Não serva,
mas senhora; não rogando, mas imperando (São
Pedro Damião)
Recebeu Ela de Deus poder
imenso e ilimitado; é tesoureira e dispensadora das graças e dos tesouros
divinos. Quem poderá contar todas as misérias que por Ela foram aliviadas? Quem
poderá recordar todos os pecadores que Ela arrancou dos abismos onde se
afundavam, todos os enfermos que dEla obtiveram a saúde, todos os aflitos que
Ela consolou?
Diga-o a nossa própria
experiência. Não é verdade que em momentos difíceis e dolorosos, dEla recebemos
conforto e salvação? Não foi, talvez, Maria que nos preservou em certos males e
nos livrou de certos perigos? Quem afastou de nossa cabeça o raio da justiça
divina quando talvez o estivéssemos provocando com os nossos pecados? Quem nos
deu a graça de uma boa confissão, da emenda de nossa vida passada e da inteira
conversão ao Senhor? Ah! Não nos envergonhemos de confessá-lo com os santos: se
não estamos no inferno, devemo-lo à compaixão, à bondade e ao poder de Maria
Coração
que quer o nosso bem
Aliás, não poderia ser de outro
modo. Imaginai a mais terna e a mais amante das mães, que ardentemente deseja o
bem dos filhos. Dai a essa mãe inteligência tão perspicaz, olhar tão seguro que
seja capaz de inteiramente conhecer os filhos, de adivinhar-lhes as lutas e
aflições interiores, de intuir todos os perigos a que se acham expostos. Fazei
ainda que essa mãe tão amorosa e tão esclarecida tenha a seu dispor a própria
onipotência de Deus e dizei-me: seria possível crer que ela não queira
consolar, ajudar, salvar os filhos? E caso os filhos conhecessem esses
preciosos dotes da mãe, poderiam duvidar do socorro e hesitar em se entregarem
totalmente ao coração dela?
Ora, é exatamente esta a nossa
venturosa condição. Mãe amantíssima de nossas almas, iluminada para conhecer os
males que nos afligem, dotada por graça da própria onipotência de Deus, não só
Maria nos quer socorrer, como também este é seu mais ardente desejo e a mais
suave alegria para seu Coração
Ela o quer porque nos ama,
porque conhece quão pungentes são as nossas chagas, quão amargas as nossas
lágrimas. Ela o quer também porque sabe que deste modo coopera com a bondade e
com a misericórdia infinitas de seu Filho Jesus. Pois não foi para isso que Ele
nos deu Maria por mãe e A fez tão poderosa? E o coração que lhe bate no peito,
pois não é o mais semelhante àquele Coração adorável cheio de misericórdia e
compaixão?
Ah! Nós Vos diremos com a
Igreja: Salve Regina, Mater
Misericordiae, porque nada Vos apraz mais do que derramar sobre as nossas
misérias todas as riquezas de vosso Coração de Mãe. Oh! Vede como é terrível o
combate contra as paixões que continuamente nos assaltam, a concupiscência que
nos atira ao lodo e ao pecado, a aflição do espírito, a dor e a contradição que
sempre encontramos em nosso caminho, as enfermidades que nos fazem gemer e
suspirar. Para esse cúmulo de misérias e de males não haverá, pois, conforto e
remédio em vosso amantíssimo Coração, ó Maria, nossa Mãe? Sim, há, temos
certeza e por isso confiamos em Vós
Sejam quais forem as nossas
condições e as nossas necessidades, nunca se extinguirá a confiança que pomos
em Vós, ó Maria. É verdade que de modo muito especial olhais para as almas;
entretanto, assim como vosso Filho Jesus, Vós as preparais para a graça,
consolando com milagres também os corpos e as tristezas temporais. Dos
santuários aonde nos chamais, das fontes que santificastes, respondeis com
benefícios a estas ternas invocações: “Saúde dos enfermos, Refúgio dos
pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, rogai por nós!”.
Termine nossa vida, ó Maria, antes que essas invocações morram nos lábios ou
brotem menos confiantes do coração
LITURGIA DO DIA 23 DE JANEIRO DE 2014
PRIMEIRA LEITURA (1SM 18,6-9.19,1-7)
LEITURA DO PRIMEIRO
LIVRO DE SAMUEL - Naqueles dias, 18,6quando Davi voltou, depois
de ter matado o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao
encontro do rei Saul, dançando e cantando alegremente ao som de tamborins e
címbalos. 7E, enquanto dançavam, dizem em coro: “Saul matou mil, mas Davi matou
dez mil”. 8Saul ficou muito encolerizado com isto e não gostou nada da canção,
dizendo: “A David deram dez mil, e a mim somente mil. Que lhe falta ainda,
senão a realiza?” 9E, a partir daquele dia, não olhou mais para Davi com bons
olhos. 19,1Saul falou a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos sobre sua
intenção de matar Davi. Mas Jônatas, filho de Saul, amava profundamente Davi,
2e preveniu-o a respeito disso, dizendo: “Saul, meu pai, procura matar-te.
Portanto, toma cuidado amanhã de manhã, e fica oculto em um esconderijo. 3Eu
mesmo sairei em companhia de meu pai, no campo, onde estiveres, e lhe falarei
de ti, para ver o que ele diz, e depois te avisarei de tudo o que eu souber”.
4Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e acrescentou: “Não faças mal
algum ao teu servo Davi, porque ele nunca te ofendeu. Ao contrário, o que ele
tem feito foi muito proveitoso para ti. 5Arriscou a sua vida, matando o
filisteu, e o Senhor deu uma grande vitória a todo o Israel. Tu mesmo foste
testemunha e te alegraste. Por que, então, pecarias, derramando sangue inocente
e mandando matar Davi sem motivo” 6Saul, ouvindo isto, e aplacado com as razões
de Jônatas, jurou: “Pela vida do Senhor, ele não será morte” 7Então Jônatas
chamou Davi e contou-lhe tudo isto. Levou-o em seguida a Saul, para que ele retomasse
o seu lugar, como antes - Palavra do
Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SL 55)
É NO SENHOR QUE
EU CONFIO E NADA TEMO
— Tende pena e compaixão de
mim, ó Deus, pois há tantos que me calcam sob os pés, e agressores me oprimem
todo dia! Meus inimigos de contínuo me espezinham, são numerosos os que lutam
contra mim!
— Do meu exílio registrastes
cada passo, em vosso odre recolhestes cada lágrima, e anotastes tudo isso em
vosso livro. Meus inimigos haverão de recuar em qualquer dia em que eu vos
invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo!
— Confio em Deus e louvarei sua
promessa. É no Senhor que eu confio e nada temo: que poderia contra mim um ser
mortal? Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz, e vos oferto num sacrifício
de louvor
EVANGELHO (MC 3,7-12)
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - Naquele tempo, 7Jesus se
retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia
o seguia. 8E também muito gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro
lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham
ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe
providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.
10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de
algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus
caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava
severamente para não dizerem quem ele era - Palavra da Salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM
MEDJUGORJE – “O
ódio cria discórdia e nada enxerga, a ninguém enxerga. Eu os convido a ser
sempre portadores da concórdia e da paz. Especialmente onde vocês vivem, ajam
com amor. O amor seja sempre o seu único modo de agir. Com o amor vocês mudam
em bem tudo isso que Satanás quer destruir e de que deseja apropriar-se.
Somente assim vocês serão completamente Meus e Eu poderei ajudá-los”
– MENSAGEM DO DIA 31.07.86
A
IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO ILDEFONSO - Nasceu no ano de 606, em
Toledo, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de
Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de
tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de
discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades. Os santos não
foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar
por Aquele que é o santo dos santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do
Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre. Santo Ildefonso, um
coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade.
Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido e o povo o elegeu. Ele
se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou este grande serviço para
o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima
Virgem. Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro
– Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a
graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu capelão” e
presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho. Um homem revestido
de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande
pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os santos bem sabiam e
continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a
evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem nosso
Senhor Jesus Cristo. Os santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho
para que muitos conheçam Jesus Cristo. Santo
Ildefonso, rogai por nós!
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