O TERRÍVEL PECADO
DO ESCÂNDALO
POR SANTO AFONSO
MARIA DE LIGÓRIO
SOBRE OS MAUS SACERDOTES
Nos tempos
antigos, inventou o demônio deuses fantásticos, entregues a todos os vícios, e
empenhou todos os meios para os fazer adorar, a fim de que os homens, perdendo
até o horror aos crimes de que as divindades lhes davam exemplo, cressem que
lhes era permitido pecar à vontade. Assim confessa o pagão Sêneca, nestes
termos: “Por estas invenções, chegou-se a destruir nos homens a vergonha de
pecar”. Não será fomentar os vícios e atribuí-los aos deuses, e
desculpar-se do mal como o exemplo da divindade?
Imersos em tal
cegueira, os desgraçados pagãos, como se vê no mesmo filósofo, diziam: “O que
os deuses fizeram sem vergonha, hão de corar os homens de o fazer?”
Ora, o que o
demônio conseguiu dos pagãos, por meio dessas falsas divindades, que lhes
propunha por modelos, hoje o consegue dos cristãos por meio de padres
prevaricadores, cujos escândalos persuadem aos pobres seculares , que lhes é permitido, ou pelo menos que não é grande mal para eles,
fazerem o que vêem fazer aos seus pastores; é o que nota S. Gregório. Colocou
Deus os padres na terra para servirem de modelos aos outros , do mesmo modo que
o nosso Salvador foi enviado por seu Pai para ser o exemplar de todos : Conforme
o meu Pai me enviou, assim eu vos envio a vós . Por isso S. Jerônimo escrevia
a um bispo — que evitasse tudo quanto fosse capaz de induzir a pecado os que
quisessem imitá-lo
Não consiste o
pecado de escândalo só em aconselhar diretamente o mal aos outros, mas em levar
o próximo a pecar, dum modo indireto, pelo exemplo da própria conduta. “Uma
palavra ou ação, mais ou menos repreensível, e que é para o próximo ocasião de
ruína espiritual”, dá escândalo. É assim que se define geralmente o escândalo,
segundo Santo Tomás
E, para se
conhecer quanto é grande a malícia do escândalo, basta recordar o que dele diz
S. Paulo: que o que ofende o seu irmão, fazendo-o cair em pecado, ofende o
próprio Jesus Cristo. S. Bernardo dá esta razão: que o escandaloso faz perder a
Jesus Cristo as almas, resgatadas a preço do seu sangue; e acrescenta que o
Salvador sofre uma perseguição mais cruel da parte dos escandalosos, do que da
parte dos algozes que o crucificaram
Mas se o escândalo
é tão abominável mesmo nos seculares, quanto mais o não será no padre, que Deus
estabeleceu na terra para salvar as almas e conduzi-las o para o céu! O padre é
chamado o sal da terra. É próprio do sal conservar as coisas: assim o padre é
destinado a manter as almas na graça de Deus. Em que se tornarão os outros
homens, pergunta Sto. Agostinho, se os padres não produzirem sobre eles o
efeito do sal? Então, prossegue ele, esse sal só será bom para ser lançado fora
da Igreja e calcado aos pés, por todos os transeuntes. E, se o sal em vez de
conservar não fizesse senão corromper, quero dizer, se o padre, em vez de
salvar as almas, só trabalha em as perder, que castigo não chama sobre si!
Também o padre é luz do mundo
Donde São João
Crisóstomo conclui que o padre deve ter uma vida tão radiante de virtudes, que
possa alumiar os outros e servir-lhes de modelo . Mas se esta luz se muda em
trevas, em que se tornará o mundo? Só servirá para precipitar na ruína o mesmo
mundo, como diz São Gregório. No mesmo sentido escreveu este grande papa aos
bispos de França, exortando-os a castigar os padres escandalosos . É a palavra
do profeta Oséias: Tal padre tal povo . E pela boca de Jeremias se exprime o
Senhor assim: Hei de encher de favores a alma dos meus sacerdotes, e o meu povo
será enriquecido dos meus benefícios . Por isso mesmo dizia São Carlos
Borromeu que, se os padres forem ricos e fecundos em virtudes, também ricos
serão os povos; mas, se os sacerdotes forem pobres, bem miseráveis serão os
povos
Conta Tomás de
Cantimpré que um eclesiástico que pregara em Paris, em presença do clero, fôra
encarregado pelo demônio de saudar os príncipes da Igreja, e dar-lhe os
agradecimentos, da parte dos príncipes do inferno, pelas muitas almas que
deixavam perder. É precisamente do que o Senhor se lamenta pela boca de
Jeremias: O meu povo não é mais que um rebanho perdido; os pastores seduziram
as suas ovelhas: = Grex perditus factus est populus meus; pastores eorum
seduxerunt eos (Jer. 50, 6). É inevitável, diz S. Gregório: quando o pastor
caminha para o precipício, as ovelhas vão com ele . O mau exemplo dos padres,
diz também S. Bernardo, necessariamente arrasta o povo à depravação
Se um
leigo, acrescenta ele, se transvia do reto caminho, perder-se-á ele só; mas, se
um padre se desgarrar, causará a perdição duma multidão de almas, sobretudo das
que lhe estiverem sujeitas
Mandou o Senhor,
no Levítico, que se imolasse um novilho pelo pecado dum só sacerdote, como
pelos pecados de todo o povo; donde Inocêncio III deduz que o pecado do padre
pesa tanto como os pecados de todo o povo, e a razão que dá é que o padre,
pecando, arrasta ao pecado todo o povo. Foi o que o próprio Deus declarou no
Levítico: Se o sacerdote que recebeu a unção santa vier a pecar, fazendo pecar
o povo... Assim Santo Agostinho dizia, dirigindo-se aos padres : Não fecheis o
Céu aos fiéis; de fato lho fechais, desde que lhes deis o exemplo duma má vida .
Um dia dizia o Senhor a Santa Brígida, que os pecadores, à vista dos maus
exemplos dos padres, se animavam a praticar o mal, e chegavam até a gloriar-se
dos vícios, que antes os faziam corar . Assim, o Senhor ajunta que os padres
maus serão carregados de maldições, muito mais terríveis que os outros homens,
porque a sua má vida, é a ruína deles e também a dos outros
À vista duma
árvore cujas folhas se mostram amarelentas e murchas, diz o autor da Obra
imperfeita, logo se compreende que ela sofre nas raízes; do mesmo modo quando
se vê um povo corrompido, pode-se concluir, sem receio de proferir um juízo
temerário, que é entre os seus sacerdotes que reina o mal. Com efeito, ajunta
ele, a vida dos padres é a raiz que comunica a seiva das virtudes aos fiéis,
que são coo os ramos a respeito da árvore. No mesmo sentido, diz Sto. Ambrósio,
que os padres são a cabeça, donde os espíritos vitais se difundem em todos os
membros, que são os seculares. E lê-se em Isaías: Toda a cabeça está
esvaecida... Da planta dos pés ao alto da cabeça nada há nela de são. Palavras
que Sto. Isidoro aplica assim ao nosso assunto: A cabeça enfraquecida é o
doutor que se entrega ao pecado; o seu mal comunica-se ao corpo. Do mesmo modo
lamenta S. Leão esta desordem e diz que não pode haver saúde no corpo quando
não a há na cabeça. Santo Ambrósio, servindo-se doutra figura, pergunta: Quem
procurará uma fonte de água cristalina no meio de um lamaçal? Por outras
palavras, olharia eu como idôneo para me dar conselhos quem não soubesse
aconselhar- se a si próprio? Diz Plutarco que a corrupção dos príncipes é como
um veneno lançado, não numa taça, mas numa fonte, onde todos venham colher e
beber água que os há de envenenar. O que tem aplicação ainda mais aos padres;
por isso Eugênio III disse que os pecados dos inferiores se devem atribuir de
preferência aos maus superiores
Aos sacerdotes
chama São Gregório — Patres christianorum . É o título que lhes dá também São João
Crisóstomo, que afirma que o padre, na sua qualidade de vigário de Deus, é
obrigado a tomar cuidado de todos os homens, visto que é pai do mundo inteiro .
Assim como um pai se torna duplamente culpado, quando dá mau exemplo a seus
filhos, também o padre dalgum modo comete dois pecados, quando escandaliza os
simples fiéis. Que fará o leigo, pergunta Pedro de Blois, senão o que vir fazer
ao seu pai espiritual?
É precisamente o
que São Jerônimo escrevia a um bispo: Os outros acreditarão que devem fazer
quanto virem que vós fazeis. E, conforme nota São Cesário, ao seguirem os maus
exemplos dos eclesiásticos, os leigos desculpam-se dizendo : Não fazem a mesma
coisa os eclesiásticos mais graduados?
Santo
Agostinho põe a mesma linguagem na língua dum homem do mundo : O que é que me
mandais? Nem os padres fazem isso, e vós quereis que eu o faça? Quando os
padres, diz S. Gregório, em vez do bom exemplo, dão escândalo, fazem de algum
modo que o pecado deixe de ser aborrecido e inspire horror
Tais sacerdotes
pois são ao mesmo tempo pais e parricidas, visto que são a causa da morte de
seus filhos . Disto se lamentava S. Gregório : “Vêde donde partem os dardos, que
semeiam a morte nas fileiras do povo; — qual a causa de tantos males senão os
nossos pecados? Sim, damos a morte ao povo, nós que devíamos ser os seus guias
nos caminhos da vida”
Dirão talvez
alguns na sua cegueira: Que me importam os pecados dos outros? — Digam lá o que
quiserem, mas escutem o que escreveu São Jerônimo: “Se disserdes: ‘Basta-me a
minha consciência; não me importo com o que disserem’, escutai o que vos
responde o Apóstolo: Devemos aplicar- vos a praticar o bem, não só diante de
Deus, mas também diante dos homens”. Nota São Bernardo que os padres
escandalosos dão a morte aos outros, dando-a a si próprios. E noutra parte
acrescenta que não há peste mais funesta aos povos, que a ignorância e a
corrupção unidas nos padres
Ajunta ainda
noutro lugar que muitos padres são católicos na sua pregação, mas hereges nos
seus costumes ; porque fazem muito maior mal com os seus maus exemplos, que os
hereges, ensinando o erro: têm as obras mais força que as palavras
Segundo
Sêneca, para cair no vício, como para chegar à virtude, é longo o caminho do
ensino, ao passo que o do exemplo é curto e eficaz . O que fez dizer a Santo Agostinho, falando especialmente da castidade dos sacerdotes: A todos é
indispensável a castidade, mas especialmente aos ministros do altar de Jesus
Cristo, porque a sua vida deve ser uma pregação contínua para os outros
Como
pregar a castidade, quando se é escravo da impudicícia? Tal é a reflexão de S.
Pedro Damião. O estado em que se acha constituído, o hábito que veste, tudo
nele diz S. Jerônimo, reclama e exige a santidade. Que escândalo não será pois
na Igreja, segundo nota S. Gregório, ver aquele que é honrado, com um nome e
caráter sagrados, dar o exemplo do vício! E que desordem ainda mais horrível,
acrescenta Sto. Isodoro de Pelusa, ver um sacerdote servir-se da sua dignidade
como de uma arma para ofender a Deus! Segundo a palavra de Ezequiel, um tal
padre torna abominável a nobreza do seu estado. Diz S. Bernardo que os padres
que não dão bom exemplo são a fábula de todo o mundo. É já uma grande desordem
que os padres vivam à maneira das pessoas do mundo, observa o autor da Obra
imperfeita, mas o que será se a sua conduta for pior que a dos mundanos?
E que exemplo pode
o povo receber de vós, pergunta Sto. Ambrósio, se em vós nota certas ações que
o fazem envergonhar, devendo olhar-vos como santos?
Lê-se no profeta
Oséias: Ouvi isto, ó sacerdotes... visto que se trata de culpa vossa, porque
vos tornastes como um laço e uma rede estendida para caçar aves. Para atrair as
aves aos seus laços, serve-se o caçador do chamariz doutras aves, que retém
presas no lugar em que preparou as armadilhas
O mesmo faz o
demônio : serve-se dos escandalosos para atrair os outros aos seus laços. Desde
que uma alma se deixa cair, diz Sto. Efrém, serve-se dela para seduzir outras.
É dos escandalosos que se queixa o Senhor pela boca de Jeremias, quando diz: Há
no meu povo ímpios que, à semelhança do passareiro, armam emboscadas e estendem
laços traiçoeiros para caçarem os homens. Mas os que os demônios buscam com
mais empenho e escolhem de preferência, para chamariz nesta caça, são os padres
escandalosos, diz S. Cesário, o qual explica como é que os demônios se servem
deles: Fazem como os passareiros que, tendo tomado algumas pombas, as tornam
cegas e surdas, para que as outras pombas se aproximem delas e caiam nas
armadilhas
Afirma um autor
que antigamente, quando um simples clérigo ia a passar na rua, todos se
levantavam, e cada um se recomendava às suas orações
Vê-se o mesmo nos
nossos dias? Ai! Devemos exclamar Jeremias: Como se obscureceu o ouro, como se
embaciou o seu brilho, como se dispersaram as pedras do santuário pelos ângulos
de todas as praças? Eis como S. Gregório explica toda esta passagem: Está o
ouro obscurecido, porque os padres desonram a sua vida com ações baixas: está
empanado o vivo resplendor do ouro, porque o mais santo dos estados se tornou
desprezível, por obras abjectas; dispersaram-se as pedras do santuário pelos
ângulos de todas as praças, porque os que deviam passar uma vida toda interior
e de oração, só se ocupam de coisas exteriores. Quase não há negócios seculares
que não sejam administrados pelos padres
Lê-se nos
Cânticos: Combateram contra mim os filhos de minha mãe. Orígines aplica estas
palavras aos padres que, por seus escândalos se armam contra a Igreja, sua
mãe. Diz S. Jerônimo que a vida criminosa dos padres produz a devastação na
Igreja. E a propósito da lamentação de Ezequias — Eis que no seio da paz a
minha amargura é amaríssima — S. Bernardo põe na boca da Igreja estas palavras:
Tenho a paz do lado dos pagãos, tenho a paz do lados dos hereges, mas em
verdade não a tenho da parte dos meus filhos. Não sou hoje perseguida pelos
pagãos, não há tiranos; não sou perseguida pelos hereges, não há heresias
novas; mas sou perseguida pelos meus próprios filhos, pelos sacerdotes, cuja
vida desordenada me rouba um grande número de almas! Não, diz S. Gregório,
ninguém prejudica tanto a causa de Deus como os padres que, estabelecidos para
encaminharem os outros, são os primeiros a dar-lhes maus exemplos
Pelos seus maus
exemplos, fazem os maus sacerdotes que os povos desprezem o ministério deles,
isto é, os sermões, as missas, e todos os ministérios da religião. Por isso o
Apóstolo lhes dirige este aviso: Não demos a ninguém ocasião de escândalo, para
que não se torne desprezível o nosso ministério; mostremo-nos ao contrário
verdadeiros servos de Deus. Se a lei de Jesus Cristo é desprezada, diz
Salviano, a causa disso somos nós, os padres. S. Bernardino de Sena ajunta que
muitos cristãos, à vista dos maus exemplos dos eclesiásticos, chegam a vacilar
na fé, e acabam por se abandonar aos vícios, desprezando os sacramentos, o
inferno e o Paraíso.
Segundo o autor da
Obra imperfeita, quando os infiéis viam os desregramentos dos sacerdotes,
diziam que o Deus dos cristãos ou não existia, ou era um deus mau; porque,
acrescentavam, se fosse bom, como poderia suportar tais desordens nos seus
ministros? Na Instrução sobre a missa, mais de espaço nos havemos de referir ao
caso de um herege que estava disposto a converter-se: tendo porém visto em Roma
um padre a dizer missa com pouco respeito, desistiu de abjurar os seus erros,
dizendo que nem o próprio papa tinha fé; de contrário, teria mandado queimar
vivos tais padres, desde que os conhecesse.
Dizia S. Jerônimo
que, procurando saber pela história quais os homens que têm difundido na Igreja
o veneno das heresias e pervertido os povos, não encontrava outros senão os
padres . Pedro de Blois diz por sua vez: É pela negligência dos padres que as
heresias se têm multiplicado... Por causa dos nossos pecados, é que a Igreja
tem sido calcada aos pés e caído no desprezo. E, no sentir de S. Bernardo, mais
mal nos fazem os padres escandalosos, que os próprios hereges; porque, afirma
ele, está no nosso poder guardarmo-nos dos heréticos, — mas como será possível
guardarmo-nos dos padres, cuja assistência a cada instante nos é necessária? Eis
as suas palavras: Uma peste mortal invade hoje todo o corpo da Igreja; e o mal
é tanto mais assombroso quanto se mostra geral; é tanto mais funesto quanto
procede do interior. Se o inimigo fosse um herege declarado, poderia lançar- se
fora; se o inimigo se apresentasse com as armas na mão, poderia a Igreja
furtar-se aos seus golpes; mas como lançá-lo fora? Como escapar aos seus
golpes? Todos são a um tempo amigos e adversários dela.
Ó, que terrível
castigo está reservado para os padres escandalosos! Se é ameaçado de grande
desgraça todo o homem por quem vem o escândalo, que desgraça ainda mais
terrível há de estalar sobre aquele que Deus escolheu para ser ministro seu! De
preferência a tantos outros, o encarregou Deus de lhe granjear frutos,
salvando-lhe almas, e ele, por seus maus exemplos, arrebatou almas ao seu
divino Mestre! Diz São Gregório que tais sacerdotes merecem sofrer tantas
mortes, quantos os maus exemplos que dão
Falando dos padres em especial, disse
o Senhor a Santa Brígida : Serão duplamente malditos os que por sua conta se
perdem a si próprios e consigo perdem os outros. São os sacerdotes encarregados
da vinha; o Senhor porém expulsa da sua vinha os maus jornaleiros e a confia a
outros, que saibam produzir bons frutos
Ai! Que será dos
padres escandalosos no dia do juízo? Hei de aparecer-lhes como a ursa a que
arrebataram os filhos. Com que furor se não precipita a ursa contra o caçador
que vai para lhe arrebatar e matar os filhos! É assim, diz o Senhor, que eu me
lançarei contra os sacerdotes que, em vez de me salvarem as almas, as fazem
perder. E, se nesse dia terrível cada um há de ter dificuldade em responder por
si, pergunta Santo Agostinho, que será dos padres que hão de dar conta de tantas
almas que fizeram perder? O autor da Obra imperfeita acrescenta: Quando os
padres vivem em pecado, todo o povo se afunda nos vícios; também, ao passo que
os outros só prestarão conta dos próprios pecados de todos. Ó, quantos
seculares, quantos pobres camponeses e mulheres humildes, serão no Vale de
Josaphat um motivo de confusão para os padres! Acrescenta ainda o autor da Obra
imperfeita:
No dia do juízo
hão de ver se leigos revestidos da túnica da glória destinada aos padres; e
alguns padres, por seus pecados, despojados da dignidade sacerdotal e repelidos
para o meio dos infiéis e hipócritas.
Guardemo-nos pois,
ó sacerdotes, ó irmãos meus, de causar por nossos maus exemplos a perda das
almas, nós a quem Deus colocou na terra para as salvar. Em ordem à consecução
deste fim, evitemos com zelo não só as ações, más em si mesmas, mas até as que
tenham aparência de mal , conforme a palavra do Apóstolo: Ab omni specie mala
abstinete vos (1. Thess. 5, 22). Por esta razão ordenou o concílio de Agda: Ut
ancillae a mansione, in qua clericus manet, removeantur (Conc. Agth. c. 11).
Ter na própria casa criadas novas, — ainda mesmo que, por impossível, não
fossem ocasião de pecado, — seria pelo menos uma aparência de mal, que podia
ser motivo de escândalo para os outros.
Assim o Apóstolo
nos adverte que devemos abster-nos até de certas coisas permitidas, com receio
de escandalizar os fracos. Devemos abster-nos igualmente, com muito cuidado, de
repetir certas máximas do mundo, tais como estas: É preciso que não nos
deixemos calcar aos pés; é necessário gozar da vida; felizes os ricos; Deus é
cheio de misericórdia e compadece- se das nossas fraquezas (falando-se de
pecadores, que persistem nas suas desordens). Que escândalo não seria também
aplaudir quem pratica o mal, por exemplo: um homem que se vinga, ou que mantém
relações perigosas! Louvar os que fazem o mal, diz São Crisóstomo, é muito pior
que praticá-lo!
Finalmente, quanto
ao passado, quem teve a desgraça de dar algum escândalo, ou qualquer ocasião de
pecado, deve saber que está obrigado a repará-lo publicamente por seus bons
exemplos – [FONTE :
LIVRO A SELVA, DE SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO]
LITURGIA DO DIA 18 DE ABRIL DE 2013
PRIMEIRA LEITURA: ATOS DOS APÓSTOLOS 8, 26-40
III SEMANA
DA PÁSCOA , (BRANCO - OFÍCIO DO DIA) - LEITURA DOS ATOS DOS APÓSTOLOS-
Naqueles dias, 26Um anjo do Senhor dirigiu-se a Filipe e disse:
Levanta-te e vai para o sul, em direção do caminho que desce de Jerusalém a
Gaza, a Deserta. 27Filipe levantou-se e partiu. Ora, um etíope,
eunuco, ministro da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os
seus tesouros, tinha ido a Jerusalém para adorar. 28Voltava sentado
em seu carro, lendo o profeta Isaías. 29O Espírito disse a Filipe:
Aproxima-te para bem perto deste carro. 30Filipe aproximou-se e
ouviu que o eunuco lia o profeta Isaías, e perguntou-lhe: Porventura entendes o
que estás lendo? 31Respondeu-lhe: Como é que posso, se não há alguém
que me explique? E rogou a Filipe que subisse e se sentasse junto dele. 32A
passagem da Escritura, que ia lendo, era esta: Como ovelha, foi levado ao
matadouro; e como cordeiro mudo diante do que o tosquia, ele não abriu a sua
boca. 33Na sua humilhação foi consumado o seu julgamento. Quem
poderá contar a sua descendência? Pois a sua vida foi tirada da terra (Is
53,7s.). 34O eunuco disse a Filipe: Rogo-te que me digas de quem
disse isto o profeta: de si mesmo ou de outrem? 35Começou então
Filipe a falar, e, principiando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe
Jesus. 36Continuando o caminho, encontraram água. Disse então o
eunuco: Eis aí a água. Que impede que eu seja batizado? 37Filipe
respondeu: Se crês de todo o coração, podes sê-lo. Eu creio, disse ele, que
Jesus Cristo é o Filho de Deus. 38E mandou parar o carro. Ambos
desceram à água e Filipe batizou o eunuco. 39Mal saíram da água, o
Espírito do Senhor arrebatou Filipe dos olhares do eunuco, que, cheio de
alegria, continuou o seu caminho. 40Filipe, entretanto, foi
transportado a Azoto. Passando além, pregava o Evangelho em todas as cidades,
até que chegou a Cesaréia - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (65)
REFRÃO:
ACLAMAI O SENHOR DEUS, Ó TERRA INTEIRA
1. Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. -R.
2. Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca! -R.
3. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! -R.
1. Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. -R.
2. Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca! -R.
3. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! -R.
EVANGELHO: JOÃO 6, 44-51
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO JOÃO
- Naquele tempo, 44Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou,
não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia. 45Está
escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13). Assim, todo
aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim. 46Não que
alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai.
47Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida
eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Vossos pais, no
deserto, comeram o maná e morreram. 50Este é o pão que desceu do
céu, para que não morra todo aquele que dele comer. 51Eu sou o pão
vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que
eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo - Palavra da salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos!
Convido-os, filhinhos, à oração incessante. Se rezarem, estarão próximos de
Deus e ele os conduzirá pela estrada da paz e da salvação. Por isso, hoje os
convido a darem a paz aos outros. Somente em Deus está a verdadeira paz. Abram
seus corações e tornem-se doadores da paz, e os outros, em vocês e por meio de
vocês, descobrirão a paz e, assim, vocês testemunharão a paz e o amor que Deus
lhes concede. Obrigada por terem correspondido a meu apelo”
– MENSAGEM DO DIA 25.01.2000
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO APOLÔNIO - Santo do século II, era uma figura
pública, um senador. Pôde assistir e se deixar tocar pelo testemunho de inúmeros
mártires no tempo de Nero. Ele percebia naqueles cristãos, que viviam dentro de
um contexto pagão, o único e verdadeiro Deus presente naqueles martírios por
amor a Cristo. Já adulto, com a ajuda do Papa Eleutério, ele quis ser cristão e
foi muto bem formado até chegar à graça do Batismo. Apolônio, como muitos, ao
se deparar com a lei de Nero, teve que se dizer, pois também foi denunciado. Ele
não renunciou a Jesus, mesmo ocupando uma alta posição na sociedade. Seu amor a
Deus foi concreto. Santo Apolônio é exemplo, para que sejamos testemunhas do
amor de Deus, onde quer que estejamos, na profissão que exerçamos, com a idade
que tenhamos. Santo Apolônio, rogai por nós!
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