Queridos irmãos, queridas irmãs, como vocês sabem, comemoramos o Santíssimo São José no dia 19 deste mês. Mas talvez alguns não saibam que ele é o único santo, além da Virgem Maria, naturalmente, que tem o título de "Santíssimo". Creio que todos irão gostar muito de ler esta experiência única, vivida por dois missionários jesuítas austríacos, o Pe. Gotsch eo Fr. Gervasius. Gervasius, que tinha acompanhado o Professor Fichner através do Tibete e da Índia, narra o fato, ocorrido em 1976 e divulgado no site da nossa tão conhecida Ir. Emmanuel.
Um dia, na China meridional, ele acompanhava o Pe. Gotsch que ia à casa de um moribundo de Kaotai. Atravessaram a cavalo 200 km de montanhas e colinas e chegaram à casa do moribundo.
Muito tarde, ele já tinha falecido. Retomaram o caminho após o enterro. No meio do caminho encontraram um jovem, que parecia esperá-los à beira da estrada, e que lhes pediu que o seguissem até a casa de sua mãe doente. Seguiram este jovem até uma pequena aldeia a 15 km dali.
Num alojamento mais que precário, uma mulher estava moribunda. Vendo o padre, pediu-lhe:
– Estrangeiro, tu me respondes a verdade se te fizer perguntas?
– Certamente, mãe.
– Existe um Deus em que há três pessoas? Existe uma outra vida, um lugar de felicidade para os bons, e um lugar de terror para os maus? É verdade que Deus veio a esta terra para morrer pelos homens e lhes abrir o lugar de felicidade? Estrangeiro, é verdade tudo isto?
Estupefato, o padre respondeu SIM. Mas de quem poderia esta mulher ter sabido isto tudo?
A mulher continuou:
– Tens água contigo, então lava-me, para que eu possa ir para o lugar de felicidade!
Como sabia ela que o padre tinha com ele água para os batismos? A sua atitude decidida tinha alguma coisa de infantil mas também de convincente. O padre explicou-lhe brevemente a liturgia e o sentido do sacramento, depois batizou-a.
A doente, cheia de alegria, disse ainda:
– Tu também tens contigo o pão. É um pão especial porque Deus está lá dentro. Dá-me desse pão!
O padre tirou do seu saco a hóstia consagrada que trazia consigo. A doente sabia que ele tinha “O Pão”! O padre explicou-lhe o sentido do sacramento da Eucaristia e deu-lhe a comunhão.
Deu-lhe também os últimos sacramentos (a confissão dos pecados e a unção dos doentes). Depois disse-lhe:
– Até agora foste tu a fazer perguntas, agora sou eu a fazê-las! De quem aprendeste as verdades da fé? Encontraste crentes católicos ou evangélicos?
– Não, estrangeiro.
– Então leste livros cristãos?
– Eu não sei ler, estrangeiro, e nem mesmo sabia que existem livros desse gênero.
– Então, de onde e de quem recebeste este conhecimento da fé?
– Pensei sempre que isto devia ser assim e, há dez anos, vivi deste modo. Também instruí os meus filhos desta maneira e tu podes lavá-los a todos (batizá-los).
– Mas tu sabias que hoje nós íamos passar por aqui?
– Sim, eu vi um homem em sonho. Foi ele que me disse para enviar o meu filho mais novo para a estrada e chamar os estrangeiros que passariam. Ele disse-me que eles viriam “lavar-me” para ir para o lugar de felicidade depois da morte.
Os missionários ficaram profundamente tocados: a atitude da mulher perante a morte era de tanta paz que não deixava qualquer lugar a dúvida. Antes de partirem, os missionários ofereceram-lhe uma imagem de S. José, patrono dos moribundos. Cheia de alegria, ela exclamou:
– Mas eu conheço este. Ele veio muitas vezes visitar-me. Foi ele que me disse que mandasse o meu filho à estrada para vos chamar!
Foi um sonho, ou S. José veio na verdade visitá-la em pessoa? Ela não o sabia. Aliás, sabê-lo não tinha importância. O importante é que S. José tinha ensinado a doente. Os missionários souberam mais tarde que a mulher havia morrido nessa noite. (Da revista alemã “Weite Welt” Nº 1, jan.1976 ).
No dia 19 de Março celebramos a solenidade de S. José. Não deixemos de continuar a honrá-lo e de lhe pedir muito, sobretudo por aqueles que não conhecem ainda o amor de Deus. Ele nos surpreenderá sempre pela sua bondade!
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