| 16 Maio 2012
Artigos - Globalismo
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Uma das razões
principais era lidar com a mudança climática. A redução de seres humanos
reduziria os gases estufa.
O governo britânico deu 268 milhões de dólares
para o governo da Índia para uma campanha que esteriliza à força mulheres e
homens pobres, de acordo com o jornal Guardian.
Essa notícia chega no momento em que a Fundação Bill & Melinda Gates se
prepara para ser co-anfitriã de uma cúpula de planejamento familiar com o
governo britânico em Londres neste julho.
Melinda Gates recentemente descartou a ligação
entre programas de contracepção e controle populacional num discurso que lançou
sua nova iniciativa. Com o título de “Nada de Polêmicas”, a campanha dela tem a
intenção de “mudar o debate global em torno do planejamento familiar” não
levando em conta sua ligação com o aborto, coerção e imoralidade, e colocando a
atenção no acesso universal.
Na mesma época, o Supremo Tribunal da Índia
ouviu evidência de esterilizações coercivas em massa em condições imundas.
Homens e mulheres são ajuntados como gado em
acampamentos rurais improvisados para serem esterilizados, muitos deixados em
dor com pouca ou nenhuma assistência. Algumas mulheres, esterilizadas enquanto
estão grávidas, sofreram abortos espontâneos. Algumas foram subornadas com
menos de 8 dólares e um sari, outras ameaçadas de perder seus cartões de
racionamento. Algumas morreram de operações malfeitas.
Homens e mulheres analfabetos não descobriram o
verdadeiro propósito das operações até tarde demais. Numa região visada pelo
governo britânico, uma esposa de 35 anos de um trabalhador pobre, grávida de
gêmeos, morreu de hemorragia.
Clínicas receberam bônus por fazerem mais de 30
operações por dia. Funcionários não governamentais eram pagos por cada pessoa
que convenceram a passar por uma operação. Um cirurgião que trabalha num prédio
escolar cometeu 53 operações em 2 horas com equipes sem qualificação, sem água
corrente e nenhum meio de limpar o equipamento.
A “obsessão” de alcançar as Metas de
Desenvolvimento do Milênio da ONU empurrou a Índia a instituir esterilizações
coercivas, noticiou o Global Post em
2010.
“Há uma grande pressa de determinar de novo
objetivos de cima para serem seguidos por todos. E isso está de novo criando
problemas”, disse A.R. Nanda, ex-ministra da saúde da Índia.
“Quando criamos um sistema de incentivos, ele
privilegia uma solução sobre a outra e os incentiva a cortar despesas”, disse
Abhijit Das, o diretor do Fórum Healthwatch.
“E tivemos experiências muito ruins com isso no
passado”.
A esterilização é o método mais comum de
planejamento familiar usado pelo Programa de Saúde Reprodutiva e Infantil Fase
II iniciado em 2005 com financiamento da Inglaterra.
Relatos de 2006, 2007 e 2009 elaborados pelo
governo indiano alertaram sobre o problema com o programa, comentou o The
Guardian. Contudo, em 2010 o Ministério de Desenvolvimento Internacional da
Inglaterra recomendou apoio incessante. Uma das razões principais era lidar com
a mudança climática. A redução de seres humanos reduziria os gases estufa. O
ministério admitiu que há “complexas questões de ética e direitos humanos”
envolvidas em programas de controle populacional.
Apesar dos avisos, a Inglaterra não colocou
condições em seu financiamento.
A cúpula da Inglaterra e da Fundação Gates tem
como objetivo coletar “compromissos e recursos políticos sem precedentes (...)
para atender às necessidades de planejamento familiar de mulheres nos países
mais pobres do mundo até 2020”, declarou o Ministério de Desenvolvimento
Internacional, o órgão que financiou a campanha de esterilização da Índia.
A taxa de fertilidade da Índia é de 2,62. As pressões para reduzir a fertilidade e em
prol de famílias menores coincidem com a deterioração do desequilíbrio de mais
meninos do que meninas no país.
Tradução: Julio Severo
Publicado no 'Friday Fax' do C-FAM.
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