Os feios,
sujos e malvados estão nervosos! Foram desmascarados por uma reportagem
da VEJA desta semana que expõe os seus perfis falsos no Twitter e os
robôs a que recorrem para que suas mensagens sejam replicadas. É uma
fraude contra a boa-fé pública! Afinal, os usuários das redes sociais
estão caindo numa malha administrada por grupos cujo objetivo é
gerenciar a opinião alheia, espionar, molestar, patrulhar, “trollar”.
Recorrendo a um clichê, diria que essa é só a ponta do iceberg. Há muito
mais abaixo da linha d’água. Mimetizam aqui práticas consagradas em
regimes ditatoriais como os da China, de Cuba ou do Irã, ou de países em
que a democracia vive um contínuo processo de degradação, como a
Argentina ou o Equador. Trata-se da mais óbvia expressão da
intolerância.
Mandam-me
aqui um texto de um babão medíocre — ainda voltarei a ele se tiver
paciência — que me acusa, vejam que coisa!, de incentivar o “ódio” na
Internet, sem debater ideias. Há acusações que são mentirosas, mas
verossímeis — vale dizer: podem assumir a aparência de verdade porque
assentadas em falsas evidências, preconceitos, mitos etc. E há aquelas
que, além de falsas, são, em si, absurdas. Podem gostar ou não das
minhas ideias, jamais de não debatê-las. Sou apaixonado pela
argumentação. Quanto mais um raciocínio parece solidamente alicerçado,
mais excitado fico para descobrir a falha.
Os textos
aqui publicados ganharam uma dimensão muito além das minhas ambições:
são debatidos em universidades (às vezes, com viés crítico), viram
questões de vestibular e de concursos públicos, integram livros
didáticos e paradidáticos e, como sabem, deram origem a dois dos meus
três livros: “O País dos Petralhas” e “Máximas de um País Mínimo”. Acabo
de ser convidado a fazer um terceiro. Tenho a honra de ter conseguido
emplacar um vocábulo no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa —
justamente a palavra “PETRALHA”, conforme se lê abaixo (a maioria de
vocês conhece)
Será
que tudo isso acontece porque incentivo o ódio? As mais de 100 mil
visitas que o blog recebe por dia estariam a mobilizar, então, o
exército dos que odeiam? Errado! Trata-se de milhares de mulheres e
homens que amam a democracia, o estado de direito, o debate, a liberdade
e os direitos individuais. Não os aconselho a visitar a área de
comentários dos blogs e sites do JEG (ou da BESTA). Ali, sim, vocês
poderiam conhecer (alguns conhecem porque não resistem) o que é ódio,
maledicência e violência. Ao contrário: aqui, as opiniões mais
agressivas, ainda que críticas ao pensamento que combato, não passam
pela mediação. Não quero e repudio o vale-tudo em que se perde aquela
gente. Alguns, acreditem, chegaram a ser jornalistas um tanto
respeitados. É que o ambiente institucional e o próprio poder não
permitiam que exercessem a sua real vocação. Com a ascensão do PT,
puderam, então, se revelar. Encontraram-se com a sua natureza.
Praticam o
mais bisonho jornalismo chapa-branca e estão sempre dizendo “amém” às
demandas dos ditos “movimentos sociais” — não raro, aparelhos de um
partido político, do qual se colocam como fiéis servidores. E são bem
pagos pra isso — reconheça-se, ao menos, que não fazem seu trabalho por
prazer, mas por dinheiro! São profissionais. Não obstante, vivem a
acusar seus adversários de mancomunação com os poderosos! Deixem-me ver
se entendi: são eles os porta-vozes e empregadinhos dos mandatários, mas
venais seriam os outros?! Ora…
Assistiram ao filme Casablanca?
Num dado momento, o general nazista quer saber por que Rick Blaine
(Humphrey Bogart) lutou ao lado de rebeldes em duas oportunidades.
Tentando despistar o troglodita, ele responde: “Fui muito bem pago nas
duas vezes” (ou algo assim). O facinoroso devolve: “O outro lado pagaria
muito mais”. Não sei se entenderam a minha parábola. Para quem quer
vender a sua independência, os poderosos de plantão sempre pagam mais.
Ocorre que isso não basta aos compradores. E a razão é simples: quem
interessa não se vende e quem se vende não interessa. “Eles” sabem que
tem nas mãos — ou no bolso — toda aquela gente que se confunde com o
jornalismo. Mas continuam obcecados pelos veículos que têm um só
compromisso: noticiar o que é notícia. E pelos analistas que têm um só
compromisso: dizer o que pensam.
Financiar
esse tipo de operação já é, por si, fraudar as regras do jogo
democrático. Essa gente poderia, no entanto, se contentar em puxar o
saco dos seus financiadores. Já seria abjeção o bastante PORQUE O
DINHEIRO QUE GARANTE A OPERAÇÃO NÃO É PRIVADO, NÃO! É PÚBLICO! Mas não! O
“serviço compreto” compreende ainda a difamação permanente
daqueles que não se renderam à lógica do “quem pode mais”, às imposições
do poder de turno, à vontade dos mandatários.
“É assim no
mundo inteiro”, poderia dizer alguém. Falso! Há práticas em curso no
Brasil que seriam simplesmente impensáveis nos EUA, que criaram a
Internet, ou nas democracias europeias. A razão é simples: a
administração ou as estatais jamais financiariam páginas de política que
servissem só à rede de difamação a serviço dos governistas da hora. Os
americanos, diga-se, nem mesmo dispõem de estatais que pudessem fazer
esse serviço. Há por lá blogs e sites para todos os gostos — da extrema
direita à extrema esquerda. Sem exceção, são financiados apenas pelo
capital privado. Empresas e conglomerados não têm nenhum receio em
anunciar em páginas escancaradamente antigovernistas porque o estado
não dispõe de meios que permitam ao governo retaliar desafetos. Da mesma
sorte, outras empresas e outros conglomerados garantem a receita de
páginas escancaradamente governistas. Não sabemos ainda o que é viver
num país em que o indivíduo têm a certeza de que não será molestado pelo
estado.
Reconhecimento a Dirceu
Quero aqui fazer um agradecimento público ao “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu, que estendo a Luiz Inácio Apedeuta — já há leitor grafando “apeDELTA” — da Silva. Até havia pouco, muita gente resistia à constatação de que uma banda do PT e seus esbirros na subimprensa querem mesmo é ditadura e pouco estão se lixando para as instituições. “Você exagera!”, diziam alguns. A frenética e desastrada (para ele) movimentação do deputado cassado por corrupção José Dirceu para arrastar o país em sua pantomima pessoal acabou servindo de advertência a muitos. O jogo ficou claríssimo!
Assim,
sejamos gratos a Dirceu por ter se apresentado com a cara que realmente
tem — o que não chega a ser uma constante na sua biografia política ou
pessoal. A movimentação permitiu também identificar os micos amestrados
nas redes sociais, seus robôs e os falsos perfis, que nem seguem nem são
seguidos. São criados apenas para perseguir.
Acabou a pantomima.
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