O Papa Bento XVI dispôs a criação de uma Comissão Cardinalícia para investigar formalmente a filtração de documentos reservados do Vaticano aos meios de comunicação. Em uma notificação da Secretaria de Estado publicada hoje, indica-se que "depois da recente divulgação, nas televisões, os jornais e outros meios informativos, de documentos cobertos pelo segredo profissional, o Santo Padre dispôs a constituição de uma Comissão Cardinalícia que indague corretamente e reflita plena luz sobre estes atos". O Papa dispôs que esta comissão fosse presidida pelo Cardeal espanhol Julián Herranz, Presidente Emérito do Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos. Também formam a Comissão os cardeais Josef Tomko, Prefeito Emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, e Salvatore del Giorgi, Arcebispo Emérito de Palermo (Itália). A notificação da Secretaria de Estado assinala que a Comissão "atuará em virtude do mandato pontifício em todos os níveis" e que já teve sua primeira sessão na terça-feira 24 de abril "para estabelecer o método e o calendário dos trabalhos". No dia 16 de março o Arcebispo Angelo Becciu, Substituto da Secretaria de Estado, informou a intenção do Papa de criar essa comissão para esclarecer o caso de documentos reservados que foram filtrados e deram uma imagem "que não corresponde à realidade". O Arcebispo assegurou que Bento XVI se encontra "afligido" pelas filtrações utilizadas pelos meios em nível mundial para atacar a Igreja e o Santo Padre. Desde o mês de janeiro diversos meios italianos deram a conhecer documentos reservados como uma carta na que se falava de um suposto complô para assassinar o Papa e outros referentes a algumas acusações de corrupção na Governadoria do Estado Vaticano. Mais recentemente se filtrou uma carta reservada do Secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, Monsenhor Guido Pozzo, a Philippe Laguerie, superior do Instituto Bom Pastor, sociedade de vida apostólica de direito pontifício que celebra a Missa segundo o antigo rito litúrgico. Com as precisões contidas na carta, Laguerie opinou, alguns estariam procurando impedir o diálogo entre o Vaticano e os lefebvristas. Ao conhecer o conteúdo dos documentos filtrados, o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi, saiu a desmentir a existência de uma espécie "de Wikileaks" ou "Vatileaks", como o chamam os meios seculares, e denunciou que o objetivo final das filtrações é desacreditar a Igreja Católica. Em um pronunciamento de fevereiro, o Padre Lombardi respondeu energicamente aos ataques mediáticos sobre a suposta corrupção econômica no Vaticano e explicou que não existe luta de poder interna em vistas ao próximo conclave. aci
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