MENSAGEM AO POVO DE DEUS NA DIOCESE DE ASSIS-SP
REFLEXÃO SOBRE A VIDA
“Eu vim para que todos tenham vida,
e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).
Na condição de bispo da Igreja de Jesus Cristo, fui enviado por
essa mesma Igreja a essa Igreja particular da Diocese de Assis, a fim de
prestar os devidos serviços em favor da obra evangelizadora para o bem dessa
porção do povo de Deus, segundo as orientações da sã doutrina e do direito
eclesial constituído da referida Igreja. Por isso, escrevo aos cristãos
católicos autênticos e também aos pseudos católicos que utilizam a Igreja como
instrumento de oportunidades. À todos tenho algo muito importante a dizer a
respeito da doutrina eclesial sobre a base da vida. Como é de praxe, aos
católicos mais interessados, recomendo uma leitura básica, porém atenta, do Catecismo da Igreja Católica. É
necessário que os cristãos católicos conheçam melhor a sua Igreja. O grande
problema atualmente, é que muitos católicos ou que se dizem católicos, não
conhecem a Igreja, quando não a manipulam para extrair vantagens próprias.
Diante da constatação dos não poucos ataques à vida que
constantemente vem à tona por parte de pessoas e entidades de todos os gêneros,
em nível nacional e internacional, através dos recursos das diversas
modalidades de comunicação empregadas na defesa da cultura de morte, como bispo
dessa Diocese, confesso que ultimamente estou muito preocupado diante das
atitudes de grupos e pessoas que revelam-se católicos, mas que demonstram pouco
ou nenhum conhecimento da doutrina que dizem pertencer, assim como quanto a
participação de vida eclesial, quando não existe, pouco deixa a desejar. A
partir dessa preocupação, em resposta aos tantos ataques aos direitos à vida
humana que ultimamente têm chegado ao meu conhecimento, venho a público em
defesa da pessoa do inocente indefeso, ainda na condição de zigoto, embrião e
feto. Dirijo-me ao Povo de Deus da Diocese de Assis com essa reflexão sobre a
vida, que apesar de sua brevidade, a mesma encontra-se totalmente fundamentada
nas fontes da fé e na razão humana. O que lhes escrevo, mais do que eu, é o que
a Igreja pensa e reconhece como verdade.
1. A história da vida.
O aparecimento do ser humano na obra da criação constitui um ponto
de chegada. Nesse momento, porém, inicia-se a história propriamente dita, que
é, em última análise, a história da vida, de seu desenvolvimento, de sua
vitória sobre os obstáculos. A vida tende para a plenitude.
Também a vida de cada ser humano é um percurso desde o seu início
com a “semente da vida”. O óvulo fecundado já possui identidade. Já é uma
pessoa portadora de direitos, porém não de deveres. Já é totalmente um ser
humano, pois, ele não virá jamais a tornar-se humano, se não o for desde então.
(cf. AAS 66 (1974) p. 738, nn. 12 e 13). Do ponto de vista físico e do ponto de
vista espiritual, contém toda a potencialidade para o seu desenvolvimento. É a
maravilha do código genético.
O embrião não é parte integrante do corpo materno, mas membro da
espécie humana. Não é um simples organismo biológico, mas um novo sujeito de
direitos. É uma vida em evolução. É um fim e não um meio. Possui dignidade. A
diferença entre o embrião e a pessoa já nascida, situando-se no mundo como
criança, adolescente, jovem, adulto e ancião, deve-se a nutrição e ao tempo.
A vida constitui o fundamento mais profundo da ética. O ser
humano, ao tomar consciência de sua presença no mundo, se percebe como alguém
responsável por um dom recebido, isto é, responsável pela sua vida e pela vida
de outros seres, sobretudo, do ser humano.
2. A vida é um dom sagrado.
Deus é o Ser Vivo por excelência. Não só possui a vida em
plenitude, mas é a própria fonte da vida. Ele vive pelos séculos dos séculos
(cf. Ap 10,6; 15,7). No areópago de Atenas, Paulo ao anunciar o Deus verdadeiro
aos pagãos, afirma: “N`Ele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28). Jesus
afirmou que “o Pai possui a vida em si mesmo” (Jo 5,26). A história da vida
começou com um sopro divino sobre a matéria (cf. Gen 2,7). A vida é pois o
primeiro dom de Deus. Toda vida é participação na vida divina. Nós vivemos
porque um sopro divino nos tornou vivos. Deus, que é a fonte da vida, gravou no
coração humano e confirmou com sua revelação este mandamento: “Não matarás!”(Ex
20,13). Trata-se do dever de respeitar e promover a vida, ainda que incômoda,
frágil ou deficiente.
3. Atitudes paradoxais diante do dom da vida.
A existência humana está cheia de contradições, sobretudo diante
do dom da vida. De um lado, temos o exemplo de mulheres que exultam de encanto
e alegria quando percebem que receberam o dom da maternidade. Exultam de
encanto e alegria quando tomam em seus braços a criança recém-nascida. Temos o
exemplo de pessoas que, cada dia, se consomem para salvar vidas em perigo.
Exemplos de pais que acolhem com carinho a vida que nasce com deficiências
graves e vai durar poucas horas ou semanas. A mídia anuncia nomes de pessoas
que se sacrificam, dia e noite, para salvar vítimas de tragédias de toda a
espécie. Anuncia também descobertas da ciência genética destinadas a melhorar a
qualidade da vida e a prolongá-la. De outro lado, existe também a postura
daqueles que abandonam os filhos recém-nascidos ou destroem a vida antes do
nascimento. Aqueles que destroem a vida através da violência, injustiça e
guerras. Aqueles que fazem campanhas em favor do aborto e de outras formas de
atentados contra a vida. Tudo isso é consequência da grande desorientação no
campo da moral. Existem ameaças hediondas, que exigem uma tomada de posição em
favor do direito à vida de nossos nascituros.
• Há um programa internacional, que se encontra elaborado no
“Relatório Kissinger”, preparado pelo Conselho de Segurança dos Estados Unidos
da América em 1974 e mantido secreto até 1989. Neste relatório, que trata de
política demográfica, planeja-se que para manter a dominação econômica do
primeiro mundo sobre os países do terceiro mundo seria indispensável limitar o
crescimento demográfico de 13 países-chaves, entre os quais é citado o Brasil,
e como meio mais eficaz para este controle demográfico é indicada a legalização
do Aborto. Tudo isto é claramente uma ameaça e uma afronta à nossa soberania
nacional. Nos últimos vinte anos, algumas fundações norte-americanas como a
Ford, McArthur e Rockfeller têm financiado uma forte campanha contra a vida.
Tal promoção, efetiva-se através de parcerias estabelecidas com diversas ONG’s
espalhadas por todo o Brasil, que investem na proliferação de idéias e
programas favoráveis ao aborto na sociedade. Calcula-se que devem entrar
anualmente no Brasil, cerca de US$ 20.000.000 (vinte milhões de dólares), para
o sustento do trabalho destas ONG’s. Dentre estas, destacamos as seguintes:
CFÊMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria)
Entidade que monitora e acompanha todos os Projetos de Lei que tramitam no
Congresso a favor do aborto, esterilização, anticoncepção e os assim chamados
“direitos sexuais e reprodutivos” e “questões de gênero”;
ANIS (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero)
Entidade que planejou e acompanhou todo o processo da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 54) para que o Supremo Tribunal
Federal (STF) libere o aborto em caso de anencefalia;
CDD (Católicas pelo Direito de Decidir)
Entidade oportunista, que de católica só usurpam o nome, conforme Declaração da
Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América. O propósito da atuação
destas “falsas católicas” é confundir a opinião pública e a mídia, ao investir
na difusão da notícia de que existem setores da Igreja favoráveis ao aborto.
Calcula-se que elas recebam cerca de US$ 600.000 (seiscentos mil dólares) por
ano para as suas atividades.
• As ameaças contra a vida nascente demonstram intensificar-se para os próximos
anos. É sintomática a vontade política dos governantes mundiais que respondem
por certas corporações e fundações multinacionais, quanto ao seu investimento
em convencer a opinião pública que o aborto é uma questão de saúde pública, que
legalização do aborto é útil e necessária para a nação brasileira, sobretudo em
favorecimento dos mais pobres. Comprovadamente, a visão funcionalista da
Organização das Nações Unidas = ONU (visão que compreende e procura resolver os
problemas sociais sempre a partir dos efeitos de nunca das causas) também
trilha neste caminho em relação à questão demográfica do mundo, querendo
impor-se ideologicamente à todas as nações. A questão da pobreza se resolve com
uma política concretamente voltada à distribuição justa e solidária dos bens de
produção em favor dos mais desfavorecidos, e não com a implantação do aborto
legal. A descriminalização do aborto corresponde à discriminação dos pobres,
legalização do homicídio decretado aos inocentes indefesos, uma espécie de
“nascituricídio”, é o inicio para descriminalização da eutanásia e de tantos
outros atentados à vida humana, que em outras palavras, significa legalização
do assassinato às diversas situações e condições da vida humana.
4. A defesa e a promoção da vida são valores suprapartidários e
suprareligiosos.
Como a vida é dom fundamental e sagrado, cada pessoa deve ser um
servidor da vida, da vida sua e da vida de qualquer ser humano. Servidor da
vida que apenas está se iniciando e também da vida em desenvolvimento. Servidor
da vida que nasce plena e forte, mas também servidor da vida que nasce frágil e
com defeito. Servidor da vida em seu início, mas também servidor da vida que
está se aproximando de seu fim natural. Servidor e defensor da vida devem ser
os agentes do Estado de direito, pois a essência do Estado é a defesa e a
promoção da vida. A defesa da vida é um valor suprapartidário, no sentido de
que deve inspirar qualquer política que esteja a serviço da pessoa humana e da
sociedade. É também um valor suprareligioso. A inviolabilidade da vida humana,
desde o seu início até o seu fim natural, é uma questão de direito natural. Os
cristãos encontram em sua fé um motivo a mais para defender esse direito
natural. Não se trata pois de impor à sociedade ou a Estado laico uma convicção
religiosa, mas de levá-lo respeitar um direito do ser humano. A Igreja,
enquanto instituição da sociedade civil, não só pode mas tem também o dever de
assim crer e agir.
5. A Igreja, Povo da Vida e pela Vida.
A Igreja faz parte da novidade que a ressurreição de Cristo
provocou na história. Ela é o povo da vida e pela vida. O Ressuscitado é o
Vivente. Jesus morreu e ressuscitou para que todos tenham vida em abundância.
Por isso, a Igreja jamais será contra a vida. Se o fizesse, seria infiel à sua
origem, à sua natureza e missão. A sua doutrina contra a prática do aborto,
inclusive dos anencéfalos, contra o uso de células embrionárias para a pesquisa
científica, contra a eutanásia, além de ser a defesa de um direito natural é
também a consequência daquilo que ela é: Povo da vida e pela vida. Chamar de
fundamentalismo, de golpismo, de machismo, de atraso, de atitude
anticientífica, a defesa corajosa que a Igreja faz da vida é inverter as
coisas. É chamar o bem de mal e o mal de bem. Quando isso acontece, a sociedade
entra em crise moral e começa a se destruir a partir de dentro.
Fiéis ao Evangelho da vida, exorto o povo de Deus em Assis que
intensifique todo tipo de ação educativa em favor da vida e seu acolhimento nas
várias pastorais, confrontando a mentalidade antinatalista infiltrada também em
nossas comunidades e organismos, pois ela é a porta de entrada da mentalidade
abortista, (Cf. EV 13). Várias nações, como Argentina, Costa Rica, Nicarágua,
Filipinas, México etc. nos dão exemplo de posição pública antiabortista, apesar
da pressão que também sofrem por parte das Organizações e Fundações
multinacionais. Recentemente temos o exemplo da Hungria, nação que vem do
sistema socialista científico, com base nos avanços das ciências sanitárias
moderna, optou constitucionalmente em se opor ao aborto. Tudo isso nos mostra,
que a questão do aborto, extrapola os níveis ideológico e religioso, não é uma
questão de direita ou esquerda, conservadora ou progressista, capitalista ou
socialista, é uma questão de reconhecimento do valor inegociável, indiscutível,
sobre a vida humana. A vida da pessoa humana vale por si mesma, é um valor
humano incondicional.
Às pessoas de boa vontade, especialmente aos cristãos de todas as
confissões e demais seguidores de outras confissões religiosas não cristãs,
solicito que, em conjunto e não só isoladamente, que denunciemos o dinheiro
estrangeiro que está financiando o trabalho das ONG’s favoráveis ao aborto. Que
corajosamente se oponham aos projetos e às decisões que atentam contra a vida.
Nesse sentido, no tempo presente em que a Campanha da Fraternidade de 2012
assume a saúde pública com o lema: “que a saúde se difunda sobre a terra”,
apoiemos a votação de leis que proíbam a comercialização e o uso, no serviço
público, de drogas abortivas, como a chamada “pílula do dia seguinte”. Gravidez
não é doença, é vida, é de interesse da saúde pública proteger a vida da mulher
e de seu filho quanto ao atendimento ágil, acompanhamento de qualidade e
medicamentos precisos às gestantes, sobretudo às mulheres pobres sujeitas à
gravidez de risco. Por sua vez, aborto não é questão de saúde pública, aborto é
morte e tal prática é irreversível.
Por intercessão de Nossa Senhora que, com seu “Sim”, colaborou na
realização do plano de salvação, concebendo em seu puríssimo seio o Filho de
Deus, pedimos a Deus, autor da Vida, que abençoe todos aqueles que acolhem,
promovem e defendem a vida humana, sua inviolável dignidade. Amado povo
diocesano de Assis, que o Bom Deus abençoe nossas famílias e proteja nossos
nascituros e crianças da cultura da morte.
“A vida é um presente gratuito de Deus, dom e tarefa que devemos
cuidar desde a concepção, em todas as suas etapas, até à morte natural, sem
relativismos”. (DA 464).
Em Cristo Jesus,
Paz e Esperança!
Dom José Benedito Simão
Bispo diocesano de Assis-SP
Evite a Separação e o Divórcio
Você deseja superar brigas, cobranças, ciúme doentio, traição, e
não sabe por onde começar? Eu te ajudo com a terapia de casal, a resgatar o
amor, a intimidade, o diálogo, o equilíbrio e o respeito. Pare de lutar sozinho
e ver seu relacionamento caminhando para o fim, acredite que é possível, te
mostrarei o caminho.
Saiba mais acesse o nosso site: https://terapiadecasalcrista.com.br/
Faça um Caminho de Cura
Aprenda a lidar com seus pensamentos e emoções. Encontre
equilíbrio, paz e saúde mental através da psicoterapia. Reconstrua sua vida
pessoal e familiar. Lute por você. Liberte-se dos vícios, da pornografia e dos
transtornos de ansiedade, depressão e pânico. Desbloqueie as dores e traumas
passados que influenciam negativamente o presente. Readquira o equilíbrio
emocional e psíquico. Faça um caminho de CURA, reconciliação e encontre as
soluções para os seus problemas pessoais, familiares e profissionais, para que
sejam superados no menor espaço de tempo possível.
Saiba mais e acesse o nosso site: https://fernandotadeupsico.com.br/
DR. FERNANDO TADEU
DESDE 2006 CUIDANDO DE PESSOAS
ATENDIMENTOS ON-LINE E PRESENCIAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário