Madres do Deserto – Madre Sara
Madre Sara, a fortaleza do discernimento
Esta madre era contemporânea de um doa abades que levaram o nome de Pafanúcio, porém não podemos precisar qual deles; provavelmente seja São Pafanúncio, nascido no Egito nos fins do século III.
Lemos na vida desta madre: “Viveu no deserto de Alexandrina (seguramente da parte oriental do Nilo). Foi muito famosa. Entregue à vida de perfeição, revestida de grande fortaleza de ânimo, empenhou o combate espiritual contra o inimigo da salvação. Cheia de sabedoria, aconselhava e dirigia a quantas iam a ela com o santo propósito de encontrar consolo e luz.
Permaneceu sessenta anos em uma cela junto às margens do Nilo. Sabia manter um recolhimento de vista tal, que se diz que não levantava os olhos mais além de três ou quatro palmos de distância. O inimigo, invejoso de tal perfeição, não cessou durante três anos de assediá-la por meio de tentações violentas, para que deixasse de observar a virtude da castidade. Resistiu cada dia com admirável paciência; em meio deste combate, não pediu a Deus que desse fim a estas tentações, senão mais bem, que lhe desse a graça necessária para afrontá-las e vencê-las.
O inimigo não se dava por vencido e lhe apresentava todas as vaidades do mundo, porém ela arrancava do coração o menor movimento de complacência ante as ninharias enganosas e frívolas, e muito longe de escutar suas enganosas insinuações, lhe opunha, com o temor de Deus, resistência sem trégua. Sua alma se preenchia da graça divina, porém ela sempre vigiante, redobrava suas austeridades com grande humildade.
Um dia em que a tentação se lhe apresentou mais forte que de ordinário, subiu a uma plataforma da cela que permanecia junto a uma janela, ali buscou alívio cravando seus olhos no firmamento, e se pôs a contemplar absorta tanta formusura; seu coração estava pleno de Deus e pairava serena a paz que a invadia. Então, o inimigo apresentou-se diante dela em figura humana e lhe disse: “Sara, me tens vencido.” Ela respondeu: “Não sou eu quem te venceu, senão Jesus Cristo que habita em mim.”
Dois monges de fama chegaram do deserto com o propósito de vê-la, e enquanto iam pelo caminho disseram: Vamos provar a humildade desta boa anciã. E ao vê-la lhe disseram: “Guarda-te dos movimentos de vaidade, pois não seja que te venham pensamentos de complacência: Os solitários vêm a ver-me, a mim que sou mulher”. Ela respondeu: “É verdade que eu não sou mais que uma mulher; porém ponho todo meu empenho em conservar em mim um espírito tenaz e esforçado, cimentado em Jesus Cristo, minha Rocha.”
Falou com toda simplicidade; para demonstrar somente que a debilidade do seu sexo não devia servir de pretexto para combater negligenciamente na milícia espiritual, e que uma eremita não devia ceder aos homens a glória de praticar as virtudes com santa coragem.
Por outro lado, cria que devia aniquilar-se também por humildade de coração, quando o inimigo lhe sugerisse algum pensamento de estima por parte das criaturas.
Não usava ir a nenhum sítio, por medo que a tomassem por modelo de virtude; esta idéia a inspirava o Espírito. Pedia a Deus que não edificasse a nenhuma pessoa por meio dela; desejava ser esquecida de todo o mundo, a fim de conservar seu coração na pureza total.
Ocupava-se frequentemente com a recordação da morte; como meio eficaz para triunfar do inimigo, do orgulho, se imaginava junto a uma grande multidão aos pés de uma escada que se perdia no infinito, para subir seus passos uma a um, e antes de começar a subir trazia à sua memória a morte e todo o seu cortejo e se humilhava diante desta escada.
Entre os conselhos que dava, recomendava sobretudo a caridade com o próximo a respeito da esmola, aconselhava vigiar para discernir se esta era provocada por uma compaixão natural; se resultava assim, punha o pensamento no motivo puro que devia impulsionar este ato, quer dizer, Deus mesmo.
Uns monges de Chete foram visitá-la uma vez, e madre Sara lhes apresentou uma pequena cesta com frutas. Os religiosos, fiéis a si mesmos, deixando os frutos maiores, tomaram os que não eram tão bons. Então a bem-aventurada lhes disse: “Agora reconheço verdadeiramente que sois autênticos religiosos de Chete.” Com efeito, os religiosos de Chete se reconhecem por serem os mais austeros do Egito.
Lemos na vida desta madre: “Viveu no deserto de Alexandrina (seguramente da parte oriental do Nilo). Foi muito famosa. Entregue à vida de perfeição, revestida de grande fortaleza de ânimo, empenhou o combate espiritual contra o inimigo da salvação. Cheia de sabedoria, aconselhava e dirigia a quantas iam a ela com o santo propósito de encontrar consolo e luz.
Permaneceu sessenta anos em uma cela junto às margens do Nilo. Sabia manter um recolhimento de vista tal, que se diz que não levantava os olhos mais além de três ou quatro palmos de distância. O inimigo, invejoso de tal perfeição, não cessou durante três anos de assediá-la por meio de tentações violentas, para que deixasse de observar a virtude da castidade. Resistiu cada dia com admirável paciência; em meio deste combate, não pediu a Deus que desse fim a estas tentações, senão mais bem, que lhe desse a graça necessária para afrontá-las e vencê-las.
O inimigo não se dava por vencido e lhe apresentava todas as vaidades do mundo, porém ela arrancava do coração o menor movimento de complacência ante as ninharias enganosas e frívolas, e muito longe de escutar suas enganosas insinuações, lhe opunha, com o temor de Deus, resistência sem trégua. Sua alma se preenchia da graça divina, porém ela sempre vigiante, redobrava suas austeridades com grande humildade.
Um dia em que a tentação se lhe apresentou mais forte que de ordinário, subiu a uma plataforma da cela que permanecia junto a uma janela, ali buscou alívio cravando seus olhos no firmamento, e se pôs a contemplar absorta tanta formusura; seu coração estava pleno de Deus e pairava serena a paz que a invadia. Então, o inimigo apresentou-se diante dela em figura humana e lhe disse: “Sara, me tens vencido.” Ela respondeu: “Não sou eu quem te venceu, senão Jesus Cristo que habita em mim.”
Dois monges de fama chegaram do deserto com o propósito de vê-la, e enquanto iam pelo caminho disseram: Vamos provar a humildade desta boa anciã. E ao vê-la lhe disseram: “Guarda-te dos movimentos de vaidade, pois não seja que te venham pensamentos de complacência: Os solitários vêm a ver-me, a mim que sou mulher”. Ela respondeu: “É verdade que eu não sou mais que uma mulher; porém ponho todo meu empenho em conservar em mim um espírito tenaz e esforçado, cimentado em Jesus Cristo, minha Rocha.”
Falou com toda simplicidade; para demonstrar somente que a debilidade do seu sexo não devia servir de pretexto para combater negligenciamente na milícia espiritual, e que uma eremita não devia ceder aos homens a glória de praticar as virtudes com santa coragem.
Por outro lado, cria que devia aniquilar-se também por humildade de coração, quando o inimigo lhe sugerisse algum pensamento de estima por parte das criaturas.
Não usava ir a nenhum sítio, por medo que a tomassem por modelo de virtude; esta idéia a inspirava o Espírito. Pedia a Deus que não edificasse a nenhuma pessoa por meio dela; desejava ser esquecida de todo o mundo, a fim de conservar seu coração na pureza total.
Ocupava-se frequentemente com a recordação da morte; como meio eficaz para triunfar do inimigo, do orgulho, se imaginava junto a uma grande multidão aos pés de uma escada que se perdia no infinito, para subir seus passos uma a um, e antes de começar a subir trazia à sua memória a morte e todo o seu cortejo e se humilhava diante desta escada.
Entre os conselhos que dava, recomendava sobretudo a caridade com o próximo a respeito da esmola, aconselhava vigiar para discernir se esta era provocada por uma compaixão natural; se resultava assim, punha o pensamento no motivo puro que devia impulsionar este ato, quer dizer, Deus mesmo.
Uns monges de Chete foram visitá-la uma vez, e madre Sara lhes apresentou uma pequena cesta com frutas. Os religiosos, fiéis a si mesmos, deixando os frutos maiores, tomaram os que não eram tão bons. Então a bem-aventurada lhes disse: “Agora reconheço verdadeiramente que sois autênticos religiosos de Chete.” Com efeito, os religiosos de Chete se reconhecem por serem os mais austeros do Egito.
A vida desta Santa Madre do deserto encerra-se aqui. Que ela possa interceder por nós. Santa madre Sara, rogai por nós!
Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
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