sábado, 20 de agosto de 2011
Jovens: Carreguem com Jesus o sofrimento do mundo
Bento XVI presidiu no fim da tarde desta sexta feira à celebração da via-sacra, inserida no programa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que está a decorrer em Madrid, e na qualforam lembradas as vítimas de aborto, terrorismo e catástrofes naturais.
As meditações, assinadas pelas religiosas da Santa Cruz, que se dedicam aos mais pobres, recordam os sofrimentos dos jovens causados pela guerra, conflitos, perseguições devidas à fé, marginalidade e toxicodependência.
Os passos da também chamada “via crucis” evocaram igualmente “as vítimas do aborto, terrorismo e catástrofes naturais”, diante de dezenas de milhares de fiéis.
Acompanhada por archotes, a Cruz dos Peregrinos, símbolo da JMJ, foi carregada por dez jovens de várias procedências.
Cada uma das etapas dispostas ao longo do Paseo de Recoletos, no centro da capital espanhola foi sublinhada por uma escultura da Semana Santa espanhola, conjunto de “valor histórico, artístico e devocional incalculável” e revelador de uma “religiosidade popular plurissecular”
Além das tradicionais 14 estações, que retratam os momentos da condenação e execução de Jesus, está exposta uma outra escultura, dedicada a Nossa Senhora das Dores, à qual o Papa vai dirigir a sua oração conclusiva.
Na alocução após a Via Sacra, Bento XVI mencionou expressamente, com apreço, o texto preparado pelas Irmãzinhas da Cruz, que dão a sua vida ao serviço dos pobres e carecidos, e as imagens utilizadas para evocar as cenas das diversas «estações» e que fazem parte (recordou) do património religioso das dioceses espanholas Texto e imagens que ajudaram a « penetrar no mistério da Cruz gloriosa de Cristo, que contém a verdadeira sabedoria de Deus, a que julga o mundo e os que se crêem sábios ».
Avançando com Jesus em direção ao Calvário – prosseguiu o Papa – vinham-nos à mente as palavras de São Paulo : « Cristo amou-me e entregou-se por mim ». Perante um amor tão desinteressado, cheios de admiração e de gratidão, perguntemo-nos então : o que nós vamos fazer, que resposta lhe daremos ?
«A paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós para poder padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue. A partir daí entrou em todo o sofrimento humano alguém que partilha o sofrer e o padecer; a partir daí propaga-se em todo o sofrimento a con-solatio, a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança.
Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes".
As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da Via-Sacra, são apelos do Senhor para edificarmos as nossas vidas seguindo os seus passos e para nos tornarmos sinais do seu conforto e salvação. «Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem» (Ibid., 39).
Radio Vaticano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário