quarta-feira, 13 de julho de 2011

P. Slavko nos fala sobre a oração



Queridos irmãos, queridas irmãs, reproduzimos aqui esta "conversa" com o Padre Slavko, ocorrida no dia 16 de agosto de 1997. Com seu humor habitual, ele nos lembra que se os católicos começarem a rezar tanto quanto comem, em duas semanas dois terços dos católicos estarão no além e um terço permanecerá com o pároco, se o pároco sobreviver...

1. Por que rezar? - Muitos cristãos são como um estudante que esqueceu o que gostaria de vir a ser. Imagine um estudante que pensa em vir a se tornar um bom médico, mas depois, durante os anos de estudo, esquece o que queria ser. O que acontece com seus estudos? Cada hora de estudo se torna uma perda de tempo! Por que estudar, se ele esqueceu que queria ser médico? Assim, muitos não rezam mais porque não sabem mais por quê rezar! Para muitos, rezar significa perder tempo. Para muitos, jejuar significa só sentir fome e nada mais. E naturalmente, se pensamos assim, certamente não rezaremos e não jejuaremos. Mas quando uma pessoa sabe por quê reza e por quê jejua, alcança mais facilmente a paz.

2. Você tem um lugar para a oração? – Nossa Senhora nos convida também a criar um lugar para a oração. É aquilo que vocês já ouviram tantas vezes: um lugar com a Bíblia, a cruz, o rosário... Um lugarzinho onde há uma atmosfera que o ajuda a rezar. Por exemplo, a família come na cozinha ou em outro lugar e, quando termina, a mãe ou o pai diz: agora vamos ao quarto ou ao lugar da oração.
Fica mais fácil concentrar-se, entrar em oração. Mas olhem: quando vocês construíram sua casa, pediram ao arquiteto que pensasse em tudo. Nos países mais ricos se pensa até onde colocar um segundo carro, um terceiro... Mas, quem pediu ao seu arquiteto que criasse um bonito lugarzinho para a oração? Será, talvez, que quando vocês foram comprar sua casa, vocês olharam primeiro onde se poderia criar um lugar para a oração? O importante é compreender que é necessário rezar em família e, por isso, ter um lugar para a oração.

3. Você reza tanto quanto come? – Nós devemos ser sinceros: a oração entre os católicos está em crise. Muitos não rezam absolutamente nada! Muitos dizem que rezam, mas quando lhes perguntamos: “Quanto você reza num dia?”, muitas vezes respondem: um sinal da cruz, a oração do Santo Anjo, uma Ave Maria e só! E dizem: “Sim, rezo!”. Quem faz assim não pode dizer que reza. A oração é um encontro com Deus, e se queremos encontrar uma pessoa é necessário ter tempo. Em vez disso, nós nos desculpamos, dizendo: “Não tenho tempo”. Somos mesmo especialistas, nós católicos, nesta desculpa: não tenho tempo! Ultimamente, falando de oração, eu digo assim: se os católicos começarem a rezar tanto quanto comem, em duas semanas dois terços dos católicos estarão no além e um terço permanecerá com o pároco, se o pároco sobreviver. Tenho certeza de que muitos de nós já estariam mortos se tivéssemos comido tanto quanto rezamos; e sobre a nossa tumba se deveria escrever: “Aqui encontrou a paz um bom católico que era honesto e decidiu comer tanto quanto rezava”. Mas, se começarmos a rezar tanto quanto comemos, seguramente a situação muda! Deus criou o nosso coração e a nossa alma de modo que tenhamos necessidade do encontro diário com Ele. Quem não come, morre. Quem não tem contato com Deus, espiritualmente está morto, quem está morto espiritualmente não pode amar, não pode perdoar, não sabe ser amigo e não pode ter paz. Por isso, Nossa Senhora nos pede que respondamos ao seu convite à oração: porque quer que seus filhos vivam, que as famílias possam viver e, depois, que também o mundo inteiro possa viver em paz, sempre.

4. Você reza porque quer? – Nossa Senhora nos convida também à oração pessoal. A oração pessoal é a oração que tu fazes com amor, pela qual você se decidiu com amor. Assim, a sua oração não dependerá de quem reza ou de quem não reza, porque de qualquer jeito você rezará, já que tomou esta decisão com amor. Hoje não é fácil, sobretudo para os jovens, tomar uma decisão pessoal pela oração. A mentalidade que estamos criando não ajuda o espírito de oração ou a fazer uma decisão por Deus.
Por exemplo, eu conheço países católicos onde se diz à criança na escola que ela pode escolher: frequentar o catecismo ou não. Eu estaria de acordo com esta bela liberdade se fosse dada a mesma liberdade também para todas as outras matérias. Talvez a sala em que se ensinasse matemática não fosse ficar muito cheia! Ou, por exemplo, há quem tome esta posição: “Quando os meus filhos tiverem 18 anos, decidirão pela religião; eu não quero impor nada”. Estou de acordo que esta liberdade é aceitável, desde que também não se imponham as outras coisas. Por exemplo, vocês impuseram seu próprio idioma aos seus filhos. Por que não esperaram até que eles fizessem 18 anos?
Tudo se impõe. Olhem a televisão. Nossa Senhora seguramente não é pelo fanatismo e nem mesmo quer impor nada pela força, mas pede sim uma decisão pessoal.
Um outro exemplo: se vocês encontrarem um bêbado na rua segurando duas garrafas e bebendo uma terceira, ninguém vai dizer que ele é louco, mas só que tem problemas na vida e que, pobrezinho, bebe. Mas se vocês encontrarem um homem na mesma rua com um rosário...: muito sábio ou muito louco? E muitos dirão: louco! Vejam como é difícil para muitos decidir-se por Deus, pela oração, pela Missa; porque não é fácil tomar a decisão de ser diferentes dos outros. As famílias muitas vezes não ajudam. Por isso, Nossa Senhora recomenda os grupos de oração, que podem ajudar. Decidam-se agora, por Deus e pela oração e verão que verdadeiramente é possível.

Traduzido do italiano para o português por Tania

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