Apresento-vos o texto do Pe. Martinho, que trata do assunto da sexualidade conjugal, um texto esclarecedor sobre o assunto o que é ou não permitido no ato sexual? O texto terá continuidade em outros postes...
Atualmente, pelo que tenho visto o sexo está levando as pessoas propriamente a perder a cabeça, a honra e a dignidade. Em suma está escravizando as pessoas, desde a classe mais abastada da sociedade até ao mais pobre, ao simples prazer e o pior de tudo, ao mais baixo nível de compreensão do verdadeiro amor. Com isso muitos casais estão se desajustando e as famílias estão cada vez mais desestruturadas.
Diante de fatos concretos, onde a mídia aplaude e incentiva o uso abusivo da sexualidade e os meios mais esdrúxulos para praticá-la. O sexo tem sido um objeto de amplo consumo, onde a maioria das pessoas não tendo uma boa e regulada formação nesta área, acabam sendo presas fáceis do mercado da pornografia, diminuindo assim a compreensão do seu real valor.
Por outro lado constatamos que nos corações e na mente de muitos cristãos casados que querem viver de forma coerente a Palavra e o Ensinamento do Senhor e ao mesmo tempo viver integralmente o próprio matrimônio, se sentem perdidos nesta área da conjugabilidade. Daí surge às interrogações! Seria lícito praticarmos aquilo que vemos tão naturalmente nas telinhas da tv, nos cinemas e em alguns sites na internet? É permitido avançarmos para estas zonas periféricas? Como sabemos, a pergunta é sempre levantada, mas nem sempre temos a resposta certa e coerentemente fundada sobre a vontade de Deus para o homem.
Nesta perspectiva a Igreja Católica, fundada por Cristo sob a rocha de Pedro faz ecoar sua voz indicando qual o caminho certo, seguro e construtivo para a edificação do homem na sua profunda dignidade. Assim como Cristo levantou sua voz para denunciar o pecado e desmascarar o espírito do mal, assim também a Igreja deve ter a mesma coragem de denunciar as más tendências do espírito desta época.
A Congregação para Doutrina da Fé, no Documento “Persona Humana” diz-nos que a Igreja não pode ficar indiferente diante desta confusão de mentes e do relaxamento dos nobres costumes. Trata-se de uma questão importantíssima para a vida pessoal dos cristãos e para a vida social do nosso tempo. Ela deve dizer em alta e clara voz que a sexualidade humana precisa ser redimida. Ela é obra do Criador e faz parte da vida humana, portanto, a ela vem oferecida a redenção. Mas infelizmente para muitos contemporâneos ela não passa de um ídolo, que dia após dia é colocada como mercadoria de um vago prazer e tragicamente o consumo sexual vem sendo oferecido como um simples e banal objeto.
Gostaria de restringir um pouco este assunto e abordar nesta reflexão o fator “oral sex and anal sex” . Para um casal, esta forma seria ou não um meio lícito para praticar o ato conjugal e expressar o amor que um dia os uniu através do sacramento do matrimônio? Isto porque estamos tratando de uma ação entre pessoas se querem bem. Esta maneira de praticar sexo estaria ou não ferindo a aliança conjugal? Há quem diga: “entre quatro paredes e feito com muito amor vale tudo”! “Não podemos limitar os desejos, uma vez que está sendo realizado com a pessoa que você ama”! Ouço estas coisas, porém, acredito que estes conceitos não deixam de ser uma mera falácia! Isto é, um engano!
Pois bem! De fato, nas Sagradas Escrituras não encontramos nada que diz respeito a esta prática, pelo menos assim, explicitamente. Mas não é por isso que são licitamente corretas tais práticas! Entretanto, não podemos procurar no Texto Sagrado simplesmente aquilo que pode e não pode fazer. A Bíblia não é simplesmente um código ou manual de conduta, é Palavra de vida eterna, não nos esqueçamos disso. Ela nos indica o caminho para a verdadeira liberdade de filhos no qual Deus nos criou. Uma vez que temos esta percepção e sensibilidade, não teremos mais a necessidade de ver uma nota explicativa ou que denuncia, faça isto, não faça aquilo. A experiência do amor de Deus no qual o Senhor Jesus nos convida a fazer, nos leva sempre à liberdade e esta por sua vez nos dá aquilo que chamamos de “Bom Senso” para sabermos escolher o que é bom e nos faz bem.
Fomos criados pelo Amor, no Amor e consequentemente para este verdadeiro Amor, portanto, recebemos este especial chamado, seguir e viver profundamente esta realidade divina que está dentro de cada ser humano. Isto se dá concretamente na nossa vida quando sabemos nos relacionar com Deus, conosco mesmo e com o nosso próximo.
Não conseguiremos viver este relacionamento do qual somos chamados, se não existir o “rispetto per gli altri” . Não há verdadeiro amor! A prática de tais atos sexuais do qual estamos tratando leva ao rebaixamento moral e este pode nos levar a perversão, escravidão e ao prazer egoísta. Podemos entender assim a moral sexual católica: o que é de forma natural é moral e o que não é de forma natural, portanto, é imoral.
Daí é necessário ver a questão em si. É natural o sexo oral ou anal? Os nossos órgãos, boca e ânus foram projetados para a finalidade do prazer sexual? Se somos pessoas honestas, teremos que abaixar nossas cabeças e consentir que não! Não, Deus não pensou nesses órgãos com essa finalidade. E concretamente falando jamais houve uma consumação do ato sexual, seja ele via oral ou anal. Isto é claro, por que sabemos, não é natural e jamais poderá haver uma concepção através destes órgãos.
“Deus criou o homem à sua imagem... homem e mulher ele os criou” como podemos ler no livro do Gênesis e em seguida vemos Deus que ordena ao homem e a mulher “Crescei e multiplicai-vos” .
Podemos ver que a sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, em sua plena unidade, isto é, corpo e alma. Diz respeito particularmente à afe¬tividade, àquela capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros. Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua própria identidade sexual. A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais estão orientadas para os bens do casamento e para o desabrochamento da vida familiar. A harmonia do casal e da sociedade depende, em parte, da maneira como se vivem entre os sexos esta complementaridade, a necessidade e o apoio mútuos .
Assim vemos que Deus “ao criar o ser humano, homem e mulher, ele dá a dignidade pessoal de modo igual, tanto ao homem como para a mulher.” Pois os dois foram criados à imagem e à semelhança dele.
Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de maneira diferente, imagem do poder e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na própria carne aquela generosidade e a fecundidade do Criador. Diz ele: “O homem deixará seu pai e sua mãe, se unirá a sua mulher e eles se tornarão uma só carne” .
Na Constituição Pastoral Gaudium et Spes do Concilio Vaticano II, a Igreja como Matrem et Magistram indica que “esse amor, dado que é eminentemente humano - pois vai de pessoa a pessoa com um afeto voluntário - compreende o bem de toda a pessoa e, por conseguinte, pode conferir especial dignidade às manifestações do corpo e do espírito, enobrecendo-as como elementos e sinais peculiares do amor conjugal. E o Senhor dignou-se sanar, aperfeiçoar e elevar este amor com um dom especial de graça e caridade. Unindo o humano e o divino, esse amor leva os esposos ao livre e recíproco dom de si mesmos, que se manifesta com a ternura do afeto e, com as obras, e penetra toda a sua vida; e aperfeiçoa-se e aumenta pela sua própria generosa atuação. Assim sendo, ele transcenderá, de longe aquela mera e superficial inclinação erótica, a qual, fomentada egoisticamente, rápida e miseravelmente se desvanece”.
Podemos concluir este assunto vendo que este amor vivido e alimentado entre os cônjuges tem a sua expressão e realização peculiar no ato próprio do matrimônio, que é a conjugabilidade. São, portanto, honestos e dignos os atos pelos quais os esposos se unem em intimidade e pureza; realizados de modo autenticamente humano. Sendo assim, os cônjuges exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao outro na perfeita alegria e na sincera gratidão.
1 Persona Humana 2
2 Sexo oral e sexo anal
3 O respeito pelo outro
4 Gn 1,27
5 Gn 1,28
6 Catecismo da Igreja católica – Parágrafos 2332 e 2333
7 Ibid - 2334
Pe. Martinho Maria
2 Sexo oral e sexo anal
3 O respeito pelo outro
4 Gn 1,27
5 Gn 1,28
6 Catecismo da Igreja católica – Parágrafos 2332 e 2333
7 Ibid - 2334
Pe. Martinho Maria
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