
No corrente ano, há poucos dias, uma palestra de Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro, revelou sua perigosa posição sobre a questão, quando fez a infeliz pergunta: “Quem aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar? É de causar espanto que um Governador de um dos principais Estados do Brasil tenha a coragem de fazer este tipo de interrogação, sem se dar conta do mal que ela pode causar. Quantas “namoradinhas” se sentirão agora encorajadas a abortar, quantos adolescentes se animarão a praticar irresponsavelmente o sexo, encorajados pela palavra de uma autoridade constituída, e pensarão em abortar pura e simplesmente se isto, após o ato impensado, for a solução imaginada. A “namoradinha” do Sr. Cabral é apenas fonte de prazer, receptora de um homem. Este, havendo aborto, estará livre de responsabilidades, mas a “namoradinha” terá que se arranjar com traumas de mãe que acabou assassinando seu filhinho, situação esta que perturba a mente de qualquer mulher em sã consciência, portadora de ao menos um pouquinho de ética e respeito pela vida. Some-se a isto as afirmações do mesmo Cabral sobre jogatina que ele aprova. O machismo de Cabral, a irresponsabilidade de seus termos, às vésperas do Natal constituem uma blasfêmia ao Menino nascido em Belém, uma ofensa a Maria, que nunca pensaria em abortar, mesmo se a situação fosse mais difícil ainda do que foi para ela, após dizer seu SIM ao Arcanjo Gabriel.
Somando-se a estes problemas, considere-se a questão do escandaloso aumento salarial dos parlamentares, praticado nesta semana, com a assustadora ampliação de seus vencimentos, em muitos casos triplicados, em relação ao que recebem até o presente momento. Devido ao efeito cascata, os tais aumentos chegarão, em alguns casos a mais 140%. O palhaço Tiririca comemorou: cheguei na hora certa.
Infelizmente, temos que constatar: é vergonhoso viver num país assim, onde as decisões políticas desta natureza passam ilesas, praticamente sem protestos, e onde se prefere matar criança inocente no seio materno, que procurar vias humanas e éticas para defender o direito à vida, o direito dos diretos, pois, se não nascemos, não temos nem como lutar por um mundo melhor, mais humano, mais temente a Deus.
Como celebrar o Natal assim? Como dizer a alguém “Feliz Natal”? Como defender a vida se há autoridades constituídas propugnado a cultura da morte?
Assim mesmo, desejo-lhe um Bom Natal e Feliz Ano Novo!
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora
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